Um grupo de pesquisadores do Leibniz Institute for Primate Research e do Friedrich-Alexander University of Erlangen-Nürnberg, na Alemanha, testou
uma série de sublinhagens da variante ômicron do coronavírus causador da
Covid-19 contra todos os tratamentos de anticorpos mononucleais atualmente
disponibilizados para combatê-las.
Foram testadas as subvariantes BJ.1, BA.4.6, BA.2.75.2 e
BQ.1.1. Foi constatado que todas elas eram resistentes a alguns dos tratamentos
disponibilizados. Porém, a BQ.1.1 era resistente a todos, o que foi apontado
como motivo de bastante preocupação. A descoberta foi recentemente publicada no
The Lancet—Infectious Diseases.
Junto com a BQ.1, a BQ.1.1 vem sendo responsável pelo aumento
de infecções em diversos países. No Brasil, a cepa foi identifica e registrada
pela primeira vez pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no início de novembro. A
primeira morte pela subvariante aconteceu no estado de São Paulo, sendo a
vítima uma mulher de 72 anos que estava em situação de internamento hospitalar.
Os tratamentos com anticorpos monoclonais estimulam a
produção de anticorpos em pessoas já infectadas pelo SARS-CoV2. Eles normalmente
são administrados a pessoas infectadas com condições subjacentes associadas a
complicações graves da doença.
Referência:
Prerna Arora et al, Omicron sublineage BQ.1.1 resistance to monoclonal antibodies, The Lancet Infectious Diseases (2022). DOI: 10.1016/S1473-3099(22)00733-2