Diversos estudos realizados com animais mostram que as
pessoas não são os únicos seres capazes de experimentar e manifestar emoções e
sensações como dor, medo e prazer. Porém, uma pesquisa conduzida por
integrantes da Escola de Psicologia da Universidade de Kent, na Inglaterra,
afirma que os humanos ainda não estão totalmente preparados para ser empáticos
em relação ao sofrimento animal e entender de forma adequada as capacidades
mentais sofisticadas dos bichos.
Através de cinco experimentos, que contaram com a
participação de cerca de 2 mil pessoas, os cientistas tentaram explorar como as
pessoas pensam e reagem sobre as capacidades mentais, sociais ou emocionais
avançadas de animais de diferentes espécies. Eles descobriram que a maioria dos
indivíduos integrantes dos experimentos davam pouco crédito ou se mostravam
céticos diante de constatações como a capacidade dos animais de espelhar os
outros, copiando gestos e comportamentos, e experimentar e expressar emoções.
Por outro lado, a maioria dos participantes reagiu de forma
receptiva diante de evidências que sugeriam que os animais não podiam sentir ou
pensar. Isto fez com que os autores do trabalho concluíssem que existem
barreiras psicológicas que impedem as pessoas de ver os animais como eles
realmente são, fazendo com que os mesmos ainda sejam considerados inferiores
mesmo por quem os trata com amorosidade.
Segundo a pesquisa, entender e aceitar as capacidades
mentais sofisticadas dos animais pode influenciar na forma como as pessoas os tratam
e utilizam para alimentação, pesquisa médica, trabalho e entretenimento, contribuindo
para que eles sejam respeitados e evitando objetificação.
Referência:
Stefan Leach et al,
Changing minds about minds: Evidence that people are too sceptical about animal
sentience, Cognition (2022). DOI: 10.1016/j.cognition.2022.105263
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