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Abandonem os questionários e agulhas! - Pesquisa e diagnóstico por Smartphones

Abandonem os questionários e agulhas! - Pesquisa e diagnóstico por Smartphones
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jun. 22 - 6 min de leitura
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Se você está por dentro dos assuntos mais atuais da medicina, deve saber que a tecnologia tem muito a oferecer para o futuro da medicina. E no artigo de hoje trouxemos um aplicativo que testa e acompanha doenças infecciosas. 

Caso não saiba nada sobre isso nem sobre as possibilidades, não se preocupe, tem saído bastante coisa que está sendo postada aqui na Academia Médica sobre medicina, tendências e inovações. Portanto siga com a gente no dia a dia para se informar do que há de melhor e mais novo na medicina.

Como funciona o teste?

O teste é baseado na tecnologia CRISPR, e ele produz uma faixa em um papel caso o RNA viral esteja presente. A ideia surgiu de Debojyoti Chakraborty, um pesquisador que lidera o grupo de biologia de RNA no Instituto de Genômica e Biologia Integrativa em Nova Delhi. 

No entanto, nem sempre o teste era bem objetivo e os colegas e ele não chegaram à conclusão que seria prudente considerar uma faixa fraca como um teste realmente positivo. A partir disso, eles concluíram que precisavam de uma ferramenta quantitativa objetiva para realizar a quantificação do teste.

E então a solução veio, eles pensaram em desenvolver um aplicativo para que fosse possível fotografar o papel, identificar e quantificar as bandas usando machine learning e os resultados a partir disso então são exportados para uma nuvem. O app chamado TOPSE lançou as bases para um teste que foi aprovado pelo Controlador Geral de Drogas da Índia. Nos dias atuais o teste está disponível em lugares que são aptos, mas a esperança dos produtores é que isso possa um dia ser disponibilizado para a casa das pessoas.

Isso de usar o Smartphone para diagnosticar e acompanhar doenças epidemiologicamente é algo novo?

Isso já vem de antes da pandemia da COVID-19. No entanto, é inegável que a pandemia acelerou o processo de implementação disso, fazendo com que cada vez mais os pesquisadores levassem a coleta de informações para perto da pessoa que pode facilmente, por exemplo, fornecer dados sobre sintomas, status de teste e localização, tanto pela qual passou quanto pela que irá passar e isso pode ser salvo em apps e websites. 

Segundo Brownstein, um epidemiologista computacional:

“Os dados são pegos numa velocidade e facilidade incríveis, algo que seria muito difícil pelos meios de coletas tradicionais”.

 

Qual a vantagem na utilização de aplicativos para a realização de pesquisas?

Os aplicativos para a pesquisa epidemiológica permitem com que haja uma escalabilidade alta, rápida e fácil. Além disso, permite com que mudanças nos testes e questionários sejam feitas de forma rápida e fácil.

Outra grande vantagem no uso dessa tecnologia é a possibilidade dos dados serem facilmente compartilhados para que outros pesquisadores de outras pesquisas possam implementar e utilizar o meio de pesquisa.

É o melhor método de pesquisa?

Existem alguns vieses e problemas na utilização do Smartphone, pois pessoas que eventualmente não tenham Smartphone estão subestimadas e subrrepresentadas nos dados que são obtidos por meio dessa tecnologia. 

No entanto, isso não é algo que invalida totalmente os resultados pois é possível que uma análise estatística seja realizada, assim como uma validação ou não dos resultados em outras pesquisas parecidas que estejam sendo feitas.

Segundo os pesquisadores que utilizaram dos Smartphone para a realização de pesquisa sobre a COVID-19 eles citaram que compararam os estudos deles com grandes estudos populacionais realizados no Reino Unido e os resultados se aproximaram em suas conclusões e estatísticas, falando a favor do uso dos dessa tecnologia.

Outras boas ideias do uso do Smartphone em prol da saúde reside, como já citado, na capacidade de realizar diagnósticos

O Smartphone possui 3 características que lhe dão grande poder: conectividade, câmeras e poder computacional.

O artigo original traz dois exemplos nos quais os Smartphone vêm sendo utilizados para fazer a testagem de doenças virais, como a COVID-19, casos de zika e dengue também. São algumas das possibilidades o uso do smartphone através de um app desenvolvido e utilizado no smartphone sem modificações, mas também existem os exemplos de cientistas que desenvolveram adaptações para as câmeras dos equipamentos, permitindo realizar diagnósticos até mais sensíveis que alguns métodos disponíveis no mercado atualmente.

Isso é algo seguro?

Os pesquisadores devem ter muito cuidado com os limites e com o uso e segurança desses dados, pois trata-se de dados extremamente sensíveis, exigindo segurança, privacidade e compliance através de suporte e regulamentação. Projetos que envolvem esse tipo de tecnologia também necessitam de cuidado e atenção em prol de anonimizar os dados e criptografá-los.

Isso é extremamente importante para que os usuários ganhem confiança ao utilizar os apps e periféricos dos smartphones.

Recursos que se tornam necessários

Tendo em vista a grande quantidade de dados que é gerado, é necessário que o conceito de big data seja bem entendido e utilizado nesse contexto, também é fundamental que haja conhecimentos acerca do desenvolvimento de softwares e aplicativos.

Tomada a ciência dessa dificuldade, a plataforma Eureka, fundada pelo US National Institutes of Health busca entregar um ambiente interativo e de fácil uso para pesquisadores e cientistas da área da saúde em prol de facilitar o desenvolvimento e o planejamento dessas tecnologias para uso em saúde.

O sonho dos pesquisadores seria que as pessoas tivessem acesso a testagens frequentes, baratas e acessíveis, auxiliando no controle e prevenção de doenças e pandemias como a que estamos passando.

Segundo Yoon, engenheiro biomédico da Universidade do Arizona:

“Necessitamos de identificar quem se infecta, e isso é possível que seja feito em casa, Eu acredito que isso poderia diminuir muito o espalhamento das doenças”

 

Ainda conclui:

“Precisamos estar prontos para a próxima pandemia”

 

O que achou desse artigo? Acredita nesse novo tipo de medicina e pesquisa? Comente no espaço abaixo e vamos debater sobre o tema.

 

Outros ótimos artigos sobre tecnologia e inovação na medicina:


 


Por Yan Kubiak Canquerino - Colaborador da Academia Médica


 

Referências

Smartphone science: apps test and track infectious diseases (nature.com). Acesso em:21/06/2021.




























 


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