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Exercício Reduz Neuropatia em Câncer de Ovário

Exercício Reduz Neuropatia em Câncer de Ovário
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ago. 11 - 4 min de leitura
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Em 2023, o câncer de ovário apresentou cerca de 19.710 novos casos e foi responsável por aproximadamente 13.270 mortes nos EUA, tornando-se a principal causa de mortes relacionadas ao câncer ginecológico. Devido à sua manifestação insidiosa e à falta de ferramentas eficazes de rastreamento, muitos pacientes são diagnosticados em estágios avançados.

Cerca de 90% destes pacientes recebem quimioterapia, que, embora seja eficaz, tem efeitos colaterais notáveis, como a neuropatia periférica induzida pela quimioterapia (CIPN). Essa condição refere-se a danos nos neurônios que levam à percepção alterada de toque, dor, posição e movimento.

A prevalência de CIPN em pacientes com câncer de ovário que passam por quimioterapia varia entre 30% a 70%. Em particular, os pacientes que recebem paclitaxel, um regime de primeira linha para o câncer de ovário, enfrentam um alto risco de desenvolver CIPN. Além disso, é preocupante que muitos sobreviventes continuam a relatar sintomas de CIPN anos após o diagnóstico.

Dado que a CIPN é diagnosticada principalmente mediante relatos de pacientes e histórico médico, e considerando seu impacto negativo na qualidade de vida e função física, existe uma necessidade urgente de tratamentos eficazes. Atualmente, há uma falta de medicamentos e terapias eficazes para prevenir ou tratar a CIPN, com exceção da duloxetina, que tem benefícios limitados.

No entanto, a terapia de exercício surgiu como um potencial tratamento para CIPN. Apesar de pesquisas anteriores não terem fornecido uma conclusão definitiva sobre sua eficácia, um estudo recente, denominado Women’s Activity and Lifestyle Study in Connecticut (WALC), procurou avaliar os efeitos de um programa de exercícios aeróbicos de 6 meses em pacientes que passaram por quimioterapia para o câncer de ovário.

Secondary analysis of the effect of exercise on chemotherapy-induced peripheral neuropathy (CIPN) among patients treated for ovarian cancer

Fonte:  JAMA Netw Open. 2023;6(8):e2326463

Os resultados desse estudo, publicado em  JAMA Netw Open em 01 de agosto de 2023, mostraram uma melhoria significativa na CIPN entre os pacientes que participaram do programa de exercícios em comparação com o grupo controle. Cerca de 83,8% dos pacientes conseguiram atender à meta de exercícios, e, após a intervenção, houve uma redução de 16% nos sintomas de CIPN no grupo de exercícios, enquanto o grupo controle viu um aumento não significativo. Importante notar que os exercícios de caminhada rápida, que formaram a base da intervenção, são mais viáveis e podem ser mais aceitáveis para os sobreviventes de câncer.

Change in Chemotherapy-Induced Peripheral Neuropathy (CIPN) Component Scores by Study Arm (N = 106)

Fonte: JAMA Netw Open. 2023;6(8):e2326463

Os mecanismos exatos através dos quais o exercício pode ajudar a atenuar a CIPN ainda são objeto de pesquisa. No entanto, algumas teorias sugerem que o aumento do fluxo sanguíneo, a liberação de endorfinas, a redução da degeneração axonal, e a melhoria do perfil mitocondrial e oxidativo podem desempenhar um papel.

Em resumo, o estudo sugere que um programa de exercícios aeróbicos pode ser uma abordagem promissora para tratar a CIPN em pacientes com câncer de ovário submetidos à quimioterapia. Mais pesquisas são necessárias para consolidar esses achados e explorar plenamente os benefícios do exercício em diferentes populações de pacientes. Para mais detalhes e aprofundamento, acesse o estudo na íntegra clicando aqui.


Leia também: 



Referência:

Cao A, Cartmel B, Li F, et al. Effect of Exercise on Chemotherapy-Induced Peripheral Neuropathy Among Patients Treated for Ovarian Cancer: A Secondary Analysis of a Randomized Clinical Trial. JAMA Netw Open. 2023;6(8):e2326463. doi:10.1001/jamanetworkopen.2023.26463


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