O Ministério da Saúde informou não se tratar de poliomielite
o caso registrado no Pará em uma criança de 3 anos de idade. De acordo com a
pasta, o caso ocorrido no município de Santo Antônio do Tauá é de “paralisia
flácida aguda”.
Segundo as autoridades de saúde, esse tipo de paralisia é,
em geral, atribuído ao uso da chamada vacina poliomielite oral (VOP) sem que,
antes, tenha sido aplicada a vacina inativada poliomielite (VIP).
“Na caderneta de vacinação da criança não consta registro de
vacina inativada poliomielite (VIP), que deve ser administrada anteriormente à
VOP. Em geral, a vacina poliomielite oral (VOP) é bem tolerada, e muito
raramente está associada a algum evento adverso grave. Destaca-se que o risco
de paralisia flácida aguda com a VOP é muito raro e que quando a VOP é aplicada
como reforço após o esquema básico com a vacina VIP esse risco é praticamente
nulo”, informou, em nota, o Ministério.
Ainda segundo a pasta, a criança, que foi atendida
ambulatorialmente, não precisando ser internada, está evoluindo bem,
recuperando sua força muscular. Ela, no entanto, permanece com “discreta
claudicação em membro inferior esquerdo”.
A fim de tranquilizar a população, o ministério informou
que, das 764 milhões de doses de COP aplicadas em crianças entre 1989 e 2012,
foram registrados apenas 50 casos de pólio vacinal. “A partir de 2012, com a
introdução do esquema sequencial VIP/VOP, não ocorreram mais casos de pólio
vacinal no país”, acrescentou.
O poliovírus Sabin Like 3 detectado nesse caso não tem, de
acordo com o Ministério, caráter transmissível e também não altera o cenário
epidemiológico no território nacional. Assim sendo, o Ministério assegura que
“não há casos confirmados de poliomielite no Brasil desde o ano de 1989, e o
país segue com a certificação de eliminação da poliomielite”.
A infectologista e consultora da Sociedade Brasileira de
Infectologia Raquel Stucchi explica que a paralisia flácida aguda pode ter
várias causas, inclusive a infecção pelo vírus da poliomielite. “Existem outros
vírus causadores deste quadro, que também pode ser autoimune, mas sempre que a
paralisia flácida aguda for diagnosticada, a investigação deve incluir a
hipótese de poliomielite e uma série de exames deve ser realizada a fim de
identificar o real agente causador da paralisia flácida”.
Fonte: Agência Brasil
Leia também: