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Pré-eclâmpsia: A Influência Genética no Crescimento Placentário

Pré-eclâmpsia: A Influência Genética no Crescimento Placentário
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out. 6 - 3 min de leitura
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Pesquisadores da Universidade de Exeter, Reino Unido, em colaboração com colegas da Noruega e Dinamarca, realizaram um estudo sobre a influência genética no crescimento da placenta e sua conexão com o risco de doenças na mãe. Os resultados, publicados na revista Nature Genetics, em 05 de outubro de 2023, mostram uma ligação importante entre o crescimento acelerado da placenta e a pré-eclâmpsia, assim como uma tendência a partos prematuros.

A placenta, órgão vital durante a gestação, forma uma ligação crucial entre mãe e feto. Funciona como um suporte vital, fornecendo oxigênio e nutrientes, ao mesmo tempo que elimina os resíduos do feto. No entanto, ainda há muito a descobrir sobre a regulação do seu crescimento. Bebês com placentas muito pequenas ou grandes apresentam um risco maior de complicações.

O estudo em questão identificou 40 variações no código genético associadas ao tamanho da placenta. Para os pesquisadores,  muitas dessas variações genéticas influenciam o peso do bebê, e algumas parecem estar principalmente relacionadas ao crescimento da placenta.

Os pesquisadores identificaram que variações no código genético do feto, que levam a um crescimento acelerado da placenta, aumentam o risco de pré-eclâmpsia na mãe. A pré-eclâmpsia, que pode surgir durante a gravidez, resulta em hipertensão. Detectar essa condição precocemente é crucial para prevenir complicações graves para a mãe e o bebê. O estudo portanto, indica uma ligação direta entre o crescimento rápido da placenta e o risco elevado de pré-eclâmpsia.

Uma descoberta significativa está ligada à insulina, responsável pela regulação do açúcar no sangue. Diante da presença de glucose materna, o feto produz insulina, que desempenha um papel como fator de crescimento. Esta produção de insulina influencia diretamente o crescimento da placenta, elucidando a razão pela qual placentas tendem a ser mais volumosas em gestações onde a mãe apresenta níveis elevados de glucose devido à diabetes. Esta observação ressalta a importância essencial de um controle rigoroso da glicemia em gestantes diabéticas, tendo em vista a conexão direta entre altos níveis de glucose maternos e anomalias no desenvolvimento placentário.

Em suma, este estudo aponta para um caminho promissor na compreensão da função da placenta durante a gravidez. No entanto, para os pesquisadores, esta pesquisa é apenas o início, antecipando futuros estudos que buscam analisar a forma e o desenvolvimento da placenta ao longo da gestação.



Leia também: 


Referência: 

  • Beaumont, R.N., Flatley, C., Vaudel, M. et al. Genome-wide association study of placental weight identifies distinct and shared genetic influences between placental and fetal growth. Nat Genet (2023). https://doi.org/10.1038/s41588-023-01520-w

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