O estudo recentemente publicado na American Journal of Obstetrics and Gynecology, liderado pelo Dr. Robin Tuytten e equipe de especialistas, inclusive a Dra. Ana Paula Panigassi, especialista em Medicina Materno-Fetal e Pesquisa Translacional em Medicina de Precisão, lançou luz sobre a possibilidade de prever a pré-eclâmpsia pré-termo (PE) no primeiro trimestre de gravidez usando marcadores metabólicos. Ademais, o estudo leva em consideração o índice de massa corporal (IMC) da mãe.
A pré-eclâmpsia é uma doença complexa e multifatorial, com diferentes subtipos e trajetos etiológicos. Pesquisas recentes sugerem que a PE pode ocorrer através de diferentes vias patofisiológicas, dependendo do perfil de risco materno. Mesmo com avanços na compreensão da patofisiologia da doença, ainda se busca melhores estratégias para predição, prevenção e tratamento.
A equipe usou a tecnologia LC-MS/MS para verificar a utilidade de um painel de marcadores metabólicos na predição de PE pré-termo. Diversas associações entre os biomarcadores metabolômicos e o risco de PE foram confirmadas. Alguns biomarcadores mostraram-se valiosos na predição da PE em categorias específicas de IMC, indicando a existência de diferentes perfis de risco materno.
Em mulheres com IMC < 25 kg/ m² , a predição da PE pré-termo estava fortemente associada à diminuição dos níveis de ornitina. Já em mulheres com IMC ≥ 30 kg/ m² , carnitinas de cadeia média e algumas proporções de glutamina mostraram-se preditores específicos. Surpreendentemente, nenhum dos ácidos graxos analisados apresentou significância na análise de predição.
O estudo também ressaltou a importância das proporções de aminoácidos na predição da PE. A combinação de aminoácidos em proporções resultou em uma predição significativa, especificamente as proporções envolvendo ornitina e glutamina.
Essas descobertas reforçam a ideia de que diferentes perfis de risco materno existem e que a PE pode se desenvolver por meio de diferentes vias patofisiológicas. Esses achados podem contribuir para a formulação de modelos de predição de risco mais precisos e complexos, levando em consideração os diferentes perfis de risco materno.
Além disso, a possibilidade de traçar diferentes vias patofisiológicas para PE por meio da metabolômica abre uma perspectiva intrigante para intervenções farmacêuticas mais direcionadas, como a estratificação para profilaxia com aspirina ou metformina.
Em conclusão, o estudo confirmou diversos metabólitos e proporções de metabólitos como preditores de PE pré-termo no início da gravidez, com diferenças notáveis na predição segundo o IMC materno. Esses resultados destacam a importância de se considerar a existência de diferentes perfis de risco materno ao se investigar o risco de PE.
Para partilhar mais sobre essas descobertas a respeito dos marcadores metabólicos e seu potencial na prática clínica, a Academia Médica tem o prazer de anunciar que a Dra. Ana Paula Panigassi participará de um webinar especial, intitulado "Biomarcadores em Obstetrícia: Diagnóstico vs Rastreio". O webinar ocorrerá no dia 26 de julho e o link para transmissão será enviado aos inscritos no dia do evento. Assegure a sua participação para aprender mais sobre estas descobertas diretamente de uma das líderes neste campo de pesquisa. Junte-se a nós nesta discussão valiosa e oportuna.
Sobre a Dra. Ana Panigassi,
Médica obstetra/ginecologista especializada em medicina materno-fetal. Formada na Unifesp - Escola Paulista de Medicina, com mestrado em obstetrícia na mesma instituição. Estudo e pesquisa em Bioinovação na University of Galway (programa Bioinnovate Ireland), alcançando seu segundo titulo de Mestre em Pesquisa clínica e translacional na Univertity College Dublin.
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Em seguida, assista ao vídeo da Dra. Ana Panigassi apresentando a publicação 'Predição de Pré-eclampsia Pré-termo com Biomarcadores de Metabólitos: Predição Diferencial de Acordo com o Índice de Massa Corporal'
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Referência:
Tuytten, R., Syngelaki, A., Thomas, G., Panigassi, A., Brown, L. W., Ortea, P., & Nicolaides, K. H. (2023). First-trimester preterm preeclampsia prediction with metabolite biomarkers: differential prediction according to maternal body mass index. American Journal of Obstetrics and Gynecology, 229(1), 55-e1.