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Rastreio avançado de pré-eclâmpsia: Integrando biomarcadores e fenótipos

Rastreio avançado de pré-eclâmpsia: Integrando biomarcadores e fenótipos
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set. 27 - 4 min de leitura
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A pré-eclâmpsia é uma complicação obstétrica potencialmente fatal que afeta uma porção significativa de gestantes em todo o mundo. Atualmente, os exames mais avançados de rastreio desta condição combinam dados demográficos e histórico médico da mãe com três biomarcadores. No entanto, há uma busca contínua por biomarcadores adicionais que possam melhorar a previsão dessa complicação.

Em uma publicação de 24 de julho de 2023 da Academia Médica, destacamos o estudo pioneiro liderado pelo Dr. Robin Tuytten e equipe. Esta investigação enfatizou o potencial dos biomarcadores metabólicos na previsão da pré-eclâmpsia pré-termo no primeiro trimestre, com um foco particular no índice de massa corporal (IMC) materno. Os resultados salientaram a habilidade de metabólitos específicos em prever pré-eclâmpsia em diferentes faixas de IMC, sugerindo que diferentes perfis de risco materno podem de fato existir.

Profundizando nesta área de estudo, o Dr. Robin Tuytten e sua equipe realizaram uma recente pesquisa no King's College Hospital, em Londres, publicada em 20 de setembro de 2023 no American Journal of Obstetrics & Gynecology. Neste estudo, a equipe de pesquisadores exploraram se a adição de biomarcadores metabólicos poderia aprimorar os testes de previsão de pré-eclâmpsia em três diferentes cenários de rastreio. Especificamente, eles se concentraram em avaliar a integração de 50 metabólitos, previamente associados a complicações gestacionais, com os biomarcadores já em uso.

A seguir, apresentamos uma tabela extraída da pesquisa original, que detalha as estatísticas de predição dos modelos de biomarcadores desenvolvidos para os três cenários considerados.

American Journal of Obstetrics & Gynecology.doi.org/10.1016/j.ajogmf.2023.101110

Das 50 opções de metabólitos analisados, 26 mostraram relevância para a modelagem preditiva, e 21 destes foram consistentemente importantes em pelo menos dois dos três modelos de predição. O estudo revelou que, ao combinar biomarcadores metabólicos com os já estabelecidos, a taxa de detecção de pré-eclâmpsia aumentou significativamente. Em particular, o modelo que incluiu o fator de crescimento placentário, pressão arterial média e metabólitos apresentou um aumento de 15% na taxa de detecção em comparação com o modelo de referência. Este aumento foi ainda mais expressivo ao segmentar as gestantes por raça e índice de massa corporal (IMC).

Na figura a seguir, oriunda da pesquisa original, é possível observar o desempenho preditivo dos modelos desenvolvidos para os três painéis de biomarcadores.  Nela, é apresentada as taxas de detecção (DRs) a um falso positivo de 10% para todos os pacientes, segmentados pela raça materna e classe de IMC.

American Journal of Obstetrics & Gynecology.doi.org/10.1016/j.ajogmf.2023.101110

Já na tabela a seguir, é possível visualizar as características da população total envolvida neste estudo:

American Journal of Obstetrics & Gynecology.doi.org/10.1016/j.ajogmf.2023.101110

Entende-se portanto que a adição de biomarcadores metabólicos aos já estabelecidos pode aprimorar significativamente a previsão de pré-eclâmpsia em gestações precoces. Além disso, classificar as gestantes com base em características maternas, como IMC e raça, pode ser uma abordagem chave para obter previsões mais precisas.

Estas descobertas reforçam a importância do contínuo desenvolvimento e personalização dos testes de rastreio, com o potencial de melhorar os desfechos de gestações ao redor do mundo. A jornada do entendimento à aplicação prática destes biomarcadores revela a complexidade e a necessidade de abordagens personalizadas no cuidado pré-natal.

Este estudo nos confirma a essencialidade em nos mantermos atualizados sobre as novas metodologias e a inclusão de biomarcadores no rastreio de pré-eclâmpsia, devido à sua relevância clínica e ao impacto significativo na prática obstétrica cotidiana.

Se desejar aprofundar o seu conhecimento sobre as descobertas desse estudo, disponibilizamos o link de acesso à pesquisa na íntegra aqui! 😉


Leia também: 


Referência: 

Grégoire Thomas, Argyro Syngelaki, Karam Hamed, Anais Perez-Montaño, Ana Panigassi, Robin Tuytten, Kypros H. Nicolaides. Preterm preeclampsia screening using biomarkers: combining phenotypic classifiers into robust prediction models. American Journal of Obstetrics & Gynecology MFM, 2023, 101110, ISSN 2589-9333. https://doi.org/10.1016/j.ajogmf.2023.101110.







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