É inevitável falar sobre a COVID-19, ainda mais com o retorno de uma nova variante que causa mais incertezas e para suprir tais incertezas o estudo é fundamental.
Com base nisso, o foco hoje é um estudo publicado na European Respiratory Journal que versa sobre os fatores de risco para a COVID-Longa em pacientes pediátricos previamente hospitalizados, utilizando um protocolo do Consórcio internacional para infecções emergentes e síndrome respiratória aguda (ISARIC).
Trata-se da exploração de dados de um estudo prospectivo.
Objetivo do estudo
As sequelas da COVID-19, chamada de COVID-Longa em crianças, permanece pouco caracterizada.
Com isso, o estudo buscou avaliar resultados em longo prazo em crianças que foram hospitalizadas assim como levantar quais eram as comorbidades que tais crianças possuíam.
Como o estudo foi realizado?
Foram acompanhadas crianças menores ou com pelo menos 18 anos de idade que foram admitidas em serviço hospitalar com COVID-19 confirmada.
O estudo incluiu crianças hospitalizadas entre 2 de abril de 2020 a 26 de agosto de 2020.
Foi realizada uma entrevista por telefone utilizando a pesquisa de acompanhamento pediátrico de saúde e bem estar para a COVID-19 lançando mão de uma ferramenta do Consórcio internacional para infecções emergentes e síndrome respiratória aguda (ISARIC).
Os sintomas foram considerados persistentes caso tenham se mantido por mais de 5 meses.
Conclusões do estudo
61% das crianças elegíveis foram incluídas na avaliação, ou seja, 518 de 853. A média de idade foi 10.4 anos (3-15,2) e 270 (52,1%) eram meninas. A média de dias que foram acompanhados foi de 256 dias (223-271).
Entre os problemas mais comuns relatados foram sintomas como fadiga, distúrbios de sono e problemas sensoriais.
Segundo os dados encontrados, pelo menos um quarto dos pacientes tem sintomas persistentes da COVID-19.
Pelo menos 1 em cada 10 reportou que manteve impactos multissistêmicos com dois ou mais comprometidos por sintomas de longo prazo.
Os fatores de risco para sintomas persistentes segundo o estudo foram
- Idade mais velha (6-11) [odds ratio (OR) 2.74] e 12-18 anos [OR de 2.68)
- Histórico de doenças alérgicas
Fonte: DOI: 10.1183/13993003.01341-2021
Para acessar o artigo na íntegra, clique aqui.
Achou essa informação útil?
Temos mais artigos selecionados especialmente para você, confira
Uma breve história da Pediatria
COVID longo e crianças: cientistas correm para encontrar respostas
Escrito por Yan Kubiak Canquerino - Colaborador da Academia Médica
Referência
Risk factors for long covid in previously hospitalised children using the ISARIC Global follow-up protocol: A prospective cohort study | European Respiratory Society (ersjournals.com). Acesso em 17/08/2021.