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"Deixemos que o robô saia do médico para ele se tornar mais humano" - Cirurgia x Inteligência Artificial

"Deixemos que o robô saia do médico para ele se tornar mais humano" - Cirurgia x Inteligência Artificial
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jul. 12 - 6 min de leitura
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Você já imaginou um robô operando com quase nenhum auxílio de um cirurgião? Isso está deixando de ser uma prática de filmes e está cada vez mais próximo do mundo real.

Neste artigo falaremos sobre cirurgia robótica e inteligência artificial.

Na fala do Rossano Fiorelli, no Simpósio de Inteligência Artificial na Saúde: Presente e Futuro que foi realizado no dia 13 de maio de 2021 pela Academia Nacional de Medicina do Brasil, ele abordou como a inteligência artificial pode mudar o panorama e a maneira que fazemos cirurgia nos dias atuais.

Inovação x Medicina

Assim como outros avanços na medicina, hoje a Inteligência artificial sofre uma retaliação por parte de alguns médicos, no entanto a história se repete, como assim?

Quando começamos a estudar a anatomia, foi um baque para a sociedade, logo depois, as cirurgias passaram a ser realizadas de forma antisséptica, novamente, retaliação, mais tarde, descobriu-se como realizar cirurgias sem dor, mais tarde, o mesmo aconteceu quando houve a descoberta da penicilina.

Portanto, sempre que algo novo e disruptivo aparece é uma quebra de realidade para as pessoas, levantando questionamentos, tais como, será que é seguro? vou perder meu emprego por causa disso? Entre outros… fazendo com que uma parcela das pessoas impactadas pelas novas tecnologias as repulsem.

Fiorelli deixa uma frase marcante nesse momento

Deseja-se que o robô saia de dentro do médico, deixando-o extravasar sua humanidade no momento com o(a) paciente

Portanto, não nos coloquemos na mesma situação que Marjolin-cirurgião francês, em 1828, quando disse que:

A cirurgia atingiu um nível de melhoria que nada mais pode ser aprimorado

É necessário que estejamos abertos às mudanças, esperando para aplicá-las, caso positivas, de forma responsável, evidenciada, ética e prudente.

De onde surgiu a Inteligência artificial?

Em 1943, Isaac Azimov criou as leis da robótica, em 1951, marvin Lee Minsky, cunhado o pai da Inteligência artificial realizou a criação do primeiro computador inteligente

Minsky vislumbrou o cérebro como uma máquina, imaginando ser possível, portanto, transferir nossa capacidade de pensamento para um robô.

“A Inteligência Artificial é capaz de reconhecer um problema, analisar os dados em fração de segundos e propor soluções”

 

Qual a diferença entre um robô comum e a inteligência artificial?

Os robôs são programas de computador com algoritmos matemáticos capazes de fazer tarefas sem análise de julgamento.

Já a Inteligência Artificial é capaz de reconhecer um problema ou uma tarefa a ser realizada, analisar dados e tomar decisões, a partir de algoritmos.

Portanto, a Inteligência artificial consegue reconhecer imagens, permitir interações computadorizadas em linguagem aberta, escrita e falada, perceber relações e nexos, é capaz de entender conceitos e não apenas processar dados, seguindo algoritmos é capaz de criar a própria aprendizagem e experiência a partir de um dos pilares da Inteligência Artificial chamada de “Machine Learning”.

Robôs em cirurgia

Agora que temos o conceito de robô em mente, vamos ver sua aplicação no ato cirúrgico.

O robô, portanto, trata-se de um dispositivo mecânico assistido por computador e tendo interação humana, em uma relação de mestre-escravo.

Permitindo:

  • Controle em tempo real

  • Flexibilidade a partir da inteligência humana

  • Telepresença

  • Manipulação manual

O avanço dos robôs na cirurgia vem desde 1994, onde nasceu o primeiro robô para cirurgia com apenas um braço robótico, chamado de Aesop 1000

 

Nos dias atuais já possuímos robôs com quatro braços robóticos, sendo um dos mais avançados o Da Vinci XI 

 

 

Da Vinci XI

Perceba toda a precisão que o robô confere ao cirurgião, assim como a articulação e visão que é possível obter, nesse vídeo.

 

 

Quais são as objeções a esta tecnologia?

Dentre as comparações que são feitas com a cirurgia laparoscópica em comparação à cirurgia robótica estão o preço, argumentando que ela fica muito cara, a fala de que preferem seguir com as técnicas atuais, que trata-se de algo perigoso, que seria bom para outro procedimento e não para que o médico realiza e que é de um jogo de marketing forte e que o uso não seria tão benéfico.

Qual a evolução tecnológica que já vivenciamos na cirurgia?

Estão entre os avanços tecnológicos o portal único, os braços modulares/sistemas híbridos, segmentação guiada por imagem, sobreposições virtuais.

Dentre as sobreposições virtuais e a realidade aumentada, trouxe aqui um exemplo para vocês vislumbrarem o quão avançado isso é no ramo da medicina personalizada.

 

 

Além de a realidade aumentada ser extremamente útil no ramo da medicina personalizada, ela também fornece um papel fundamental no treinamento de novos cirurgiões, permitindo haver uma capacitação realística em nível extremo, como mostrado no vídeo a seguir

 

 

O que se espera para o futuro da cirurgia nesse ramo?

As imagens avançadas serão usadas para ilustrar a anatomia total do paciente em tempo real no pré e pós-operatório

A simulação cirúrgica permitirá que o procedimento seja ensaiado na imagem virtual do paciente

Serão apresentados vários cenários e e enfrentados para encontrar o melhor resultado

O robô, analisando todos esses inputs de dados anteriores, analisará e executará o procedimento.

O sentimento de onipotência do(a) médico(a)

Cada vez mais dados passam se tornar relevantes e gigantescos, até 2021 a previsão era que o tráfego global de dados móveis atingisse 49 exabytes por mês, ou seja 131 trilhões de imagens, é como se fosse 49 vezes o diâmetro do sol.

Atualmente o tempo de duplicação do conhecimento humano é cerca de 12 meses e a IBM prevê que em poucos anos isso passe a ser em 12 horas.

E o que a onipotência do profissional tem a ver com isso? 

É impossível que uma pessoa em 24 horas consiga analisar tudo isso, portanto caberá às inteligências artificiais auxiliarem no processamento, filtro e análise desses dados.

 

Esses foram alguns dos levantamentos que o Rossano Fiorelli fez, e no fim ele deixa uma pergunta:

será que seremos capazes de levar a cirurgia para o domicílio das pessoas futuramente?

 

O que você pensa em relação a isso?

 

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Escrito por Yan Kubiak Canquerino - Colaborador da Academia Médica


 

Referências

https://www.facebook.com/watch/live/?v=848996995687574&ref=watch_permalink. Acesso em:09/07/2021.













 


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