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Diferenças raciais e étnicas afetam incidência de ressuscitações cardiopulmonares fora de hospitais nos EUA

Diferenças raciais e étnicas afetam incidência de ressuscitações cardiopulmonares fora de hospitais nos EUA
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out. 28 - 3 min de leitura
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Um estudo publicado na edição do último dia 27 de outubro no The New England Journal of Medicine examinou a incidência de ressuscitação cardiopulmonar(RCP) fora do hospital, em casa e em locais públicos, de acordo com a raça ou grupo étnico do paciente com parada cardíaca, nos Estados Unidos.

Dados de 110.054 paradas cardíacas fora do hospital testemunhadas durante o período de 2013 a 2019 foram incluídos. Os autores restringiram as análises a paradas cardiorrespiratórias testemunhadas, quando a RCP do espectador é mais provável de ocorrer e ser benéfica. 

No geral, 35.469 das paradas testemunhadas (32,2%) ocorreram em pessoas negras ou hispânicas. Estes pacientes eram menos propensos a receber RCP em casa (38,5%) do que pessoas brancas (47,4%) e também tinham menor probabilidade de receber RCP em locais públicos quando comparados com pessoas brancas (45,6% vs. 60,0%). 

Os pesquisadores também avaliaram os dados de acordo com os bairros tanto por distribuição racial (maioria branca ou negra) quanto por faixa de renda. Eles observaram que a menor incidência de RCP entre pessoas negras e hispânicas versus pessoas brancas foi observada não somente em bairros predominantemente brancos, mas também na maioria dos bairros negros ou hispânicos e em bairros integrados. 

Dados presentes na literatura demonstram que pessoas negras e hispânicas normalmente têm pior sobrevida após parada cardíaca fora do hospital do que pessoas brancas. Um dos fatores que pode contribuir para esta disparidade, segundo os pesquisadores, é justamente o quão rápida e eficazmente são iniciadas as manobras de ressuscitação.

De acordo com os cientistas, vários fatores podem explicar os resultados encontrados no estudo: o treinamento em RCP é menos comumente realizado em comunidades negras e hispânicas e a RCP assistida por alguém treinado pode não estar tão prontamente disponível. As diferenças entre os bairros podem ser consequência do racismo estrutural que levou a investimentos desiguais em treinamento em RCP e infraestrutura comunitária.

Barreiras adicionais, como o custo do treinamento em RCP, diferença nos idiomas falados pelos treinadores e pessoas nas comunidades, preocupações com o status de imigração e falta de confiança nas instituições (por exemplo, polícia) também poderiam contribuir com a questão.

Os autores do estudo concluem que os achados sugerem que os esforços para reduzir as diferenças raciais e étnicas na incidência de RCP de espectadores para parada cardíaca fora do hospital exigirão uma abordagem multifacetada, que exige membros da comunidade, equipes de treinamento em RCP que saibam outros idiomas, agentes públicos e líderes comunitários. Os pesquisadores advogam que tais medidas são essenciais para garantir um melhor prognóstico para os pacientes vítimas de paradas cardiorrespiratórias e também para diminuir custos em saúde. 

 Referência: 

Garcia, R. A.; Spertus, J. A.; Girotra, S.; et al. Racial and Ethnic Differences in Bystander CPR for Witnessed Cardiac Arrest. N Engl J Med 2022; 387:1569-1578. DOI: 10.1056/NEJMoa2200798   

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