Publicado em 16 de novembro de 2023 na Nature Communications, um estudo abriu novos horizontes na compreensão da relação entre distúrbios circadianos e o risco de fragilidade entre a população idosa. Realizada em colaboração com participantes do Rush Memory and Aging Project, a pesquisa forneceu evidências robustas de que alterações nos ritmos circadianos de repouso e atividade estão intimamente relacionadas ao aumento do risco de fragilidade, assim como a uma aceleração no processo de declínio da saúde em idosos.
🧓 O Problema Crescente da Fragilidade
A fragilidade, caracterizada como um declínio relacionado à idade em múltiplos sistemas fisiológicos, aumenta a vulnerabilidade dos idosos a estressores e está ligada a problemas graves de saúde, incluindo a doença de Alzheimer. Este estudo concentrou-se na função circadiana, essencial para quase todos os processos biológicos humanos, que geralmente segue um ritmo de 24 horas. A pesquisa aponta que o envelhecimento altera esses ritmos, relacionando-se a doenças crônicas como diabetes e distúrbios neurodegenerativos.
📋 Metodologia e Descobertas
Utilizando a actigrafia, um método eficaz para monitorar ciclos de repouso e atividade física, os pesquisadores analisaram parâmetros do ritmo circadiano, como amplitude e acrofase. A análise indicou que a diminuição da força do ritmo, estabilidade reduzida e aumento na variação do comprimento do ciclo estão associados a um risco elevado de fragilidade e a uma progressão mais rápida da condição. Este achado é significativo, observando especialmente o declínio na força de preensão, redução do IMC e aumento da fadiga.
O gráfico a seguir, mostra a trajetória prevista do escore de fragilidade, derivada de modelos lineares mistos completamente ajustados, oferecendo uma visão detalhada sobre como a fragilidade evolui ao longo do tempo, considerando uma variedade de influências variáveis:
Fonte: Cai, R., Gao, L., Gao, C. et al., 2023.
👵 Implicações para a Prevenção da Fragilidade
Um aspecto crucial do estudo é o potencial de utilizar alterações nos ritmos circadianos como indicadores precoces de fragilidade futura. As avaliações iniciais de actigrafia indicaram mudanças nos ritmos circadianos até 6,6 anos antes do início da fragilidade, abrindo oportunidades para intervenções preventivas. O estudo também explora como distúrbios circadianos podem levar à fragilidade, incluindo sono perturbado e alterações no metabolismo.
Embora o estudo apresente limitações, como a aplicabilidade restrita a populações mais jovens e a influência de fatores externos nos padrões de repouso e atividade, seus resultados são fundamentais para o entendimento do envelhecimento e da fragilidade. O uso da actigrafia, como ferramenta de monitoramento de saúde a longo prazo, pode ajudar na identificação precoce de indivíduos em risco de fragilidade, facilitando intervenções oportunas e promovendo um envelhecimento mais saudável.
Imagens apresentadas neste conteúdo foram extraídas da pesquisa original. Para uma consulta detalhada ao estudo completo, disponibilizamos aqui o link de acesso.
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Referência:
Cai, R., Gao, L., Gao, C. et al. Circadian disturbances and frailty risk in older adults. Nat Commun 14, 7219 (2023). https://doi.org/10.1038/s41467-023-42727-z