Será que bebês que ainda estão no útero reagem a cheiros e
sabores de alimentos consumidos por suas mães? É o que integrantes do
Laboratório de Pesquisa Fetal e Neonatal da Universidade de Durham, no Reino
Unido, querem descobrir.
Em estudo publicado na revista Psychological Science, eles relatam que realizaram exames de
ultrassom 4D em cem mulheres grávidas
para analisar a resposta dos fetos a determinadas sensações olfativas e de paladar.
Eles forneceram cápsulas de cenoura e couve às mulheres e, cerca de vinte
minutos depois, verificaram como os bebês se comportavam diante do suposto
estímulo.
Segundo o artigo, os fetos expostos à cenoura mostraram mais
respostas que correspondiam a "cara de riso". Já os expostos à couve demonstravam
mais "cara de choro". A suspeita é de que o sabor e o cheiro possam
ter sido transmitidos às crianças através da inalação e ingestão do líquido
amniótico no útero.
Além de contribuir com o aprofundamento da compreensão do
desenvolvimento dos receptores humanos de paladar e olfato, o estudo sugere que
o que as gestantes comem pode influenciar as preferências de gosto dos bebês
após o nascimento e o estabelecimento de hábitos alimentares saudáveis.
Os trabalhos também incluíram cientistas da Universidade de
Aston, Birmingham, Reino Unido, e do Centro Nacional de Pesquisa Científica da
Universidade de Borgonha, na França. As mães que participaram tinham idades
entre 18 e 40 anos e de 32 a 36 semanas de gestação.
Referência:
Flavour Sensing in Utero and Emerging Discriminative
Behaviours in the Human Fetus, Psychological Science (2022). DOI:10.1177/09567976221105460