Academia Médica
Academia Médica
Você procura por
  • em Publicações
  • em Grupos
  • em Usuários
VOLTAR

O uso de antipsicóticos durante a gravidez tem relação com desenvolvimento de TDAH ou autismo?

O uso de antipsicóticos durante a gravidez tem relação com desenvolvimento de TDAH ou autismo?
Academia Médica
set. 15 - 3 min de leitura
000

A gravidez é um período delicado para a saúde das mães e dos bebês, e o uso de medicações deve ter um controle rigoroso para proteção do binômio mãe-feto. No entanto, algumas condições médicas maternas não podem deixar de ser tratadas devido sua condição de gravidez, é o caso de mães que necessitam do uso de drogas antipsicóticas. Mas será que o uso dessas medicações teriam alguma relação com o desenvolvimento de doenças neuropsiquiátricas como o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) no recém-nascido?
Foi pensando nessa questão que um grupo de pesquisadores estudou mais de 400.000 mil mãe-bebês.

Mas afinal, há relação entre antipsicóticos, TDAH, Autismo e outras complicações neonatais?

Na coorte final foram incluídos 411 251 pares de registros mãe-filho para TEA, nascimento prematuro e pequeno para idade gestacional (PIG - <37 semanas) e 333.749 pares para análises de TDAH. No geral, 706 crianças (0,17%) foram expostas durante o período pré-natal a antipsicóticos entre 2001 e 2015, e 27 (3,82%), 92 (13,03%) e 19 (2,69%) receberam um diagnóstico de TEA, parto prematuro e PIG, respectivamente. Enquanto 547 (0,16%) foram expostos a antipsicóticos durante a gravidez entre 2001 e 2013, 45 (8,23%) desenvolveram TDAH. Ou seja, os resultados deste estudo demonstraram que não existe uma associação entre a exposição pré-natal a antipsicóticos e o risco de desenvolvimento de TDAH, TEA, nascimento prematuro e recém-nascido pequeno para a idade gestacional.

E quais são as implicações clínicas desse estudo?

No caso em que as mulheres grávidas possuem necessidade clínica de uso contínuo de antipsicóticos (incluindo antipsicóticos de primeira e segunda geração), os médicos não devem parar de prescrever o tratamento de maneira regular por medo do desenvolvimento de doenças como TDAH, TEA, parto prematuro e recém-nascido PIG. O que se sabe atualmente é que pais com transtornos psiquiátricos são mais propensos a ter filhos com transtornos do neurodesenvolvimento, como o TEA; sendo assim, seus médicos devem observar caso a caso.

Também devemos sempre levar em consideração que a interrupção abrupta no uso dos antipsicóticos devido uma gravidez pode levar a mãe a evoluir com o desenvolvimento de severos efeitos colaterais.

Os resultados deste estudo fornecem dados para orientar os médicos na tomada de decisões

Dado que os transtornos psiquiátricos maternos podem aumentar o risco de transtornos do neurodesenvolvimento em crianças, os médicos devem informar às pacientes individualmente sobre os benefícios e riscos potenciais do uso de antipsicóticos durante a gravidez.

 

Conteúdo relacionado

 


Quer escrever?
Publique seu artigo na Academia Médica e faça parte de uma comunidade crescente de mais de 215 mil médicos, acadêmicos, pesquisadores e profissionais da saúde. Clique no botão "NOVO POST" no alto da página!


Referências

1. Wang Z, Chan AYL, Coghill D, Ip P, Lau WCY, Simonoff E, et al. Association Between Prenatal Exposure to Antipsychotics and Attention-Deficit/Hyperactivity Disorder, Autism Spectrum Disorder, Preterm Birth, and Small for Gestational Age. JAMA Internal Medicine [Internet]. 2021 Aug 16 [cited 2021 Sep 6]; Available from: https://jamanetwork.com/journals/jamainternalmedicine/fullarticle/2782815 ‌

Conteúdo elaborado por Diego Arthur Castro Cabral


Denunciar publicação
    000

    Indicados para você