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Imagem em 3D da contração uterina pode ser o futuro da avaliação do trabalho de parto

Imagem em 3D da contração uterina pode ser o futuro da avaliação do trabalho de parto
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mar. 14 - 3 min de leitura
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A interrupção do trabalho de parto e o parto prematuro são dois desafios da obstetrícia, uma vez que avaliar e interpretar com precisão as contrações uterinas é essencial para diagnosticar essas intercorrências. Atualmente, usa-se a cardiotocografia. Entretanto, estudos anteriores mostraram que esse método tem capacidade limitada de distinguir entre mulheres que responderão à indução/aumento de ocitocina para parto vaginal e aquelas que requerem cesariana.

Estudo publicado pela revista Nature Communications desenvolveram uma método de imagem tridimensional para gerar imagens e avaliar os padrões de ativação elétrica uterina durante o trabalho de parto. A imagem eletromiometrial (EMMI)  é gerada de forma não invasiva por meio de mapas de potencial elétrico da superfície uterina, eletrogramas e sequência de ativação por meio de uma solução inversa usando até 192 eletrodos distribuídos ao redor da superfície do abdômen. Índices quantitativos, incluindo a curva de ativação uterina, são desenvolvidos e definidos para caracterizar os padrões de contração da superfície do útero.

Em modelo de estudo com ovelhas, os autores simularam ruídos em um ambiente clínico e demonstraram que o erro de ruído elétrico dentro de faixas fisiológicas tem um efeito menor na precisão da imagem eletromiometrial.  Essa tecnologia poderia, por exemplo, ajudar a identificar os tipos de contrações precoces que levam ao parto prematuro e anormalidades nas contrações, auxiliando os médicos a identificar maneiras de retardar ou interromper as contrações prematuras e auxiliar as gestantes a corrigir as anormalidades na contração. 

Ao comparar a imagem com a contração cardíaca, os pesquisadores descobriram que as contrações uterinas são menos previsíveis e consistentes. Mesmo com a mesma paciente, as contrações consecutivas do trabalho de parto podem diferir na região inicial e na direção da progressão, indicando que não há uma região anatômica com um marcapasso que emite ondas elétricas, como o coração.

O estudo incluiu dez participantes em trabalho de parto, algumas nuliparas e outras multíparas. Nas nuliparas as contrações analisadas pelos pesquisadores eram mais longas e possuíam maiores variações em relação àquelas que já tinham tido filhos anteriormente. Segundo os pesquisadores, o achado pode ser indicativo de um efeito de memória muscular do útero criada nos partos anteriores.  

Referência:

Wang, H., Wen, Z., Wu, W. et al. Noninvasive electromyometrial imaging of human uterine maturation during term labor. Nat Commun 14, 1198 (2023). https://doi.org/10.1038/s41467-023-36440-0

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