Trata-se de um documento resultado de 2 anos de consultas fornecidas por um painel de experts internacionais.
Segundo Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor geral da OMS
Assim como todas as novas tecnologias, a inteligência artificial tem um enorme potencial em prol de melhorar a saúde de milhões de pessoas ao redor do mundo, mas assim como todas as tecnologias, pode acabar sendo mal usada e no fim causar dano.
Ainda complementa
Trata-se de um importante relatório provendo um guia de valor para países nos quais os benefícios da AI podem ser maximizados, ao mesmo tempo que minimizam-se os riscos, evitando problemas.
Quais os usos que a IA já vem apresentando?
Nos países mais ricos a inteligência artificial pode e já está sendo utilizada para aumentar a velocidade e melhorar a precisão dos diagnósticos e screening, a fim de auxiliar o cuidado clínico.
Além desse uso, vem sendo empregada para fortalecer a pesquisa em saúde, desenvolvimento de drogas, suporte para diversas intervenções de saúde pública, por exemplo, em vigilância, análise de surtos e gerenciamento de sistemas de saúde.
Qual o benefício da IA para os pacientes?
Ela pode gerar mais poder e controle para o paciente em relação a sua saúde, deixando-o monitorar e consequentemente controlar melhor seu próprio cuidado de saúde e entendendo as necessidades envolvidas para tal.
Além disso, a IA pode garantir acesso a pacientes e comunidades residentes em áreas remotas ou em países extremamente pobres, onde há deficiência de cuidado e acesso a cuidados de saúde, ou profissionais da área da saúde.
A IA é a salvação da humanidade?
Não é bem assim, a OMS ainda deixa um aviso de cautela, para não superestimar os benefícios das IA, podendo gerar gastos muito grandes ou estratégias a fim de atingir uma grande cobertura não factível.
Além disso, existem os desafios e riscos das IA, como falado em outro artigo aqui na Academia Médica, envolvendo questões éticas na captação, uso e compartilhamento de dados, vieses nos algoritmos e riscos da IA para o paciente no que tange sua segurança, cibersegurança e meio ambiente.
Outro ponto importante a ser observado é os cuidados no uso e monitoramento do desenvolvimento da IA para não torná-la insubordinada dos direitos e interesses do paciente e comunidades, em relação aos poderosos interesses comerciais de empresas e à vontade de controle social por parte de governos.
A IA funciona da mesma maneira em todo o mundo?
O relatório pede cuidado, pois os dados coletados em países desenvolvidos podem gerar algoritmos e inferências que não funcionam em países de outras culturas ou de um nível de desenvolvimento inferior.
Devendo, portanto, os sistemas desenvolvidos com IA serem desenhados para refletir a diversidade socioeconômica e a configuração local do sistema de cuidado em saúde.
Ademais, os profissionais deveriam receber treinamento em habilidades digitais, existir o engajamento da comunidade e desenvolvimento da sensibilização, especialmente para os os milhões de trabalhadores da saúde que irão necessitar de alfabetização digital ou que sofrerão reciclagem nas suas funções e papéis, caso sejam automatizadas.
Ainda, a OMS deixa que, guiados pelas leis existentes e obrigações vistas pelos direitos humanos e novas leis e políticas que consagram os princípios éticos, tanto governos, produtores e designers devem trabalhar juntos a fim de garantir que as preocupações em relação aos direitos humanos e ética sejam garantidos no design, desenvolvimento e uso dessa ferramenta.
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Escrito por Yan Kubiak Canquerino - Colaborador da Academia Médica
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Referências
WHO issues first global report on Artificial Intelligence (AI) in health and six guiding principles for its design and use. | Free Medical News & Perspectives (linksmedicus.com). Acesso em 01/07/2021.
WHO issues first global report on Artificial Intelligence (AI) in health and six guiding principles for its design and use. Acesso em 01/07/2021.
Ethics and governance of artificial intelligence for health (who.int). Acesso em 01/07/2021.
Artificial Intelligence 'Very Promising' For Health, Says WHO - Health Policy Watch (healthpolicy-watch.news). Acesso em 01/07/2021.