Casos e mortes por tuberculose aumentaram para níveis pré-pandemia, com 1,3 milhão de mortes em 2022.
Países como Angola, Brasil e Moçambique estão entre os mais afetados;
Um relatório recente da Organização Mundial da Saúde (OMS) sinaliza um revés na luta contra a tuberculose (TB), uma enfermidade infecciosa que há décadas desafia o setor de saúde global.
Segundo o Relatório Global sobre a Tuberculose 2023, após um período de declínio, os casos e mortes por TB retornaram aos patamares pré-pandemia, com 1,3 milhão de óbitos registrados em 2022. Este aumento representa um alerta para a necessidade de intensificar estratégias de prevenção, diagnóstico e tratamento.
A incidência de TB ressalta a desigualdade no fardo da doença, com países como Angola, Brasil e Moçambique listados entre os 30 mais afetados. O aumento dos casos ao nível global, atingindo 7,5 milhões de novas notificações, evidencia uma disparidade notável entre a estimativa de pessoas adoecidas e as que foram diagnosticadas — cerca de 3,1 milhões de casos permaneceram sem diagnóstico ou notificação oficial.
Entre as populações mais vulneráveis, os indivíduos vivendo com HIV representam um subgrupo significativo, constituindo 6,3% dos novos casos de TB. A coinfecção TB-HIV persiste como uma complicação clínica relevante, requerendo atenção especial no manejo terapêutico. Além disso, a subnutrição e a resistência antimicrobiana surgem como determinantes associados a uma parcela considerável de casos de TB.
A OMS aponta uma redução nos investimentos globais em serviços essenciais de combate à TB, com os gastos atuais representando menos da metade do necessário segundo as metas globais. Este fato repercute diretamente na qualidade e acessibilidade dos cuidados prestados aos pacientes, com quase metade enfrentando custos médicos diretos substanciais.
Ainda assim, é essencial enfatizar os progressos animadores no âmbito dos diagnósticos e tratamentos para tuberculose. Inovações como testes moleculares avançados, ensaios imunológicos para identificar infecções e tecnologias inovadoras de captura de aerossóis para diagnóstico representam avanços significativos. A implementação dessas tecnologias tem o potencial de revolucionar o gerenciamento da TB, tornando-se crucial que os profissionais de saúde se integrem a esses recursos em sua prática clínica diária.
A persistência nas metas da Estratégia para Acabar com a Tuberculose, juntamente com o fortalecimento da cobertura universal de saúde, são componentes vitais na luta contra esta enfermidade. O contínuo desenvolvimento do conhecimento médico, a investigação científica e a aplicação de práticas médicas baseadas em evidências são fundamentais para o progresso nessa frente.
Referência:
Organização das Nações Unidas (ONU). (2023, novembro). Mortes por tuberculose voltam a subir e chegam a níveis pré-pandemia. ONU News. https://news.un.org/pt/story/2023/11/1823017
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