Médico, Professor do curso de Medicina da Universidade Positivo e Vice-Presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica, Cesar P. Kubiak apresentou na Revista do Médico Residente as opções disponíveis à quem não foi aprovado no concurso de residência médica.
Em seu artigo original, que pode ser acessado AQUI, ele demonstra a complexidade da vida profissional do recém egresso. Algumas armadilhas e ciladas podem ser encontradas também em alguns programas de Residência Médica.
O autor faz uma análise de um fato que está se tornando comum após a graduação: o egresso dos cursos de Medicina não conseguirem ser aprovados nos concursos de Residência Médica.
Assim, se este fato acontecer, há várias opções possíveis e plausíveis como: bons e reconhecidos cursos de especialização, concursos públicos, médico plantonista em instituições idôneas, visitar cidades do interior, e sempre continuar estudando.
Vamos aos planos:
A residência médica – plano A: incontestavelmente é o melhor modelo de pós-graduação (sensu lato) que pode ser pretendido, quando bem estruturada, reconhecida pelo MEC através da CNRM e contemplado todos os pré-requisitos. É bom observar que neste Brasil afora existem muitas arapucas bem maquiadas, rotuladas de programa de residência médica). Ressalte-se ainda que a residência atende a pouco mais de 40% da demanda.Metade dos formando ou mais não terão esta oportunidade. Aí entram os outros planos.
Plano B: cursos de especialização oferecidos por várias instituições de ensino, validados pelas Sociedades de Especialidades, a grande maioria sendo pagos pelo especializando, o que lhe garante o direito de cobrar qualidade e excelência. Cuidado: pesquise antecipadamente juntos às instituições de ensino e sociedades de especialidades quais os disponíveis e reconhecidos pelas Sociedades de Especialidades. Muito deles são mais valorizados no mercado de trabalho que os próprios programas de residência.
Plano C: realizar concursos públicos (todos nós deveríamos fazer concursos públicos), assumindo cargos e funções, postergando a especialização, o que garante a sobrevivência, socializa o profissional aumenta a experiência, acumula conhecimento e vivências, ferramentas indispensáveis ao um profissional de sucesso.
Pesquise junto às prefeituras (Secretarias Municipais de Saúde), entidades privadas (Sesc,Senac, ICS...) entidades federais (Forças Armadas, MS etc.).
Plano D: assumir qualquer emprego que lhe garanta a sobrevivência, sendo que o de “plantonista” é o mais abundante e frequente (cuidado com as armadilhas ); continuar estudando e se preparando para no próximo ano tentando o concurso novamente. Lembre-se que para esta tarefa é imprescindível bons conhecimentos de medicina de urgência e no mínimo ter o treinamento do ACLS , senão pagará “mico”, correndo riscos calculados. Vale lembra que, junto ao CRM-PR, grande número de denúncias decorre de atendimento realizado em serviços de urgência/emergência.
Plano E: visitar a partir do quinto ano cidades do interior, sondar oportunidades de emprego, preparar-se adequadamente após autocritica consistente e sincera e buscar estas oportunidades em outras cidades. Sobram empregos, espaços e oportunidades. É preciso entender vez por todas que o interior é tão bom ou melhor que as capitais, com serviços auxiliares de diagnóstico , hospitais e especialistas que nos auxiliam e suportam no mesmo nível dos das capitais. Vale lembrar que a proporção atual de médicos em relação à população, em Curitiba, é de um médico para 220 habitantes.
Plano F: caso tenha suporte financeiro, frequentar como médico “ouvinte” ou “visitante” serviço universitário ou não, mantendo o pique de estudos e aprimoramento constante, criando o seu espaço de atuação e, quiçá, do início da vida profissional que, no fundo, é o que a sociedade espera da tua pessoa.
É sofrido como educador vivenciar as angústias do penúltimo e último ano da graduação, como se não houvesse outras opções viáveis e compensadoras ao nossos recém-formados. Como se fosse um imperativo único passar a qualquer “custo” no concurso de seleção à residência médica.
Às vezes, por conta de muita bajulação, tráfico de influência e sabujice. E saber que, quem não o consegue, torna-se ser mutante, “zumbi”, sem alma, moral, autoestima, apreço e respeito por si mesmo.
Tristes figuras apenadas, depois de um vestibular concorrido e seis longos anos de sacrifícios, abnegações, entregas e dedicação.
Por outro lado, até hoje não encontrei ainda médico desempregado que não tenha condições razoáveis de trabalho e ganho. Significa dizer que a Medicina é uma das poucas profissões atuais que ainda mantém o seu espaço de atuação intocado.
Confira o artigo do Professor Kubiak na íntegra clicando AQUI