Academia Médica
Academia Médica
Você procura por
  • em Publicações
  • em Grupos
  • em Usuários
loading
VOLTAR

Novos alvos terapêuticos para depressão: Receptores GABA-A

Novos alvos terapêuticos para depressão: Receptores GABA-A
Academia Médica
ago. 3 - 4 min de leitura
000


A depressão é uma condição complexa que envolve diversas alterações nas funções e processos cerebrais. Um estudo recente revisitou o papel significativo dos receptores do neurotransmissor GABA no tratamento dos sintomas cognitivos e emocionais associados a esta doença.

A pesquisa, intitulada "GABA-A receptors as target for treating affective and cognitive symptoms of depression", publicada na revista Trends in Pharmacological Sciences em 03 de agosto de 2023, sugere que as intervenções que modificam o GABA poderiam ser úteis no enfrentamento desses sintomas. Hoje, a maioria dos antidepressivos tem como alvo a serotonina, outro neurotransmissor. No entanto, estudos das últimas duas décadas demonstraram que a ação do GABA e de seu principal receptor, o GABA-A, também é essencial para entender e tratar a depressão.

Os pesquisadores argumentam que falhas na atividade do GABA e seus receptores principais podem estar associadas aos transtornos depressivos. Essa ideia ganhou força em 2019, quando a FDA aprovou o Brexanolone, o primeiro medicamento para tratar a depressão periparto. Brexanolone é uma versão sintética de um hormônio natural que funciona principalmente aumentando a atividade do GABA nos receptores GABA-A.

O GABA é o principal neurotransmissor inibitório do cérebro e ajuda a manter o equilíbrio e a regular os sinais entre os neurônios. Os neuroesteróides, que atuam melhorando a atividade dos receptores GABA-A, têm um papel importante nesse equilíbrio. O estresse crônico, um fator de risco para a depressão, diminui a sinalização dos neuroesteróides e, consequentemente, desequilibra a ação inibitória do GABA. Em contrapartida, aumentar a sinalização dos neuroesteróides pode melhorar a atividade do GABA e, assim, melhorar os comportamentos relacionados ao humor.

Estudos pré-clínicos têm demonstrado que medicamentos que aumentam ou inibem a atividade do receptor GABA-A podem ter efeitos antidepressivos. Esses medicamentos atuam para restaurar a atividade do GABA no cérebro, seja por aumentá-la gradualmente, ou por suprimi-la de forma aguda e temporária. Dessa forma, esses compostos podem ajudar a tratar sintomas depressivos decorrentes de falta de GABA ou excesso de atividade neuronal, como nos casos de envelhecimento ou estresse crônico. Além disso os receptores, GABA-A estão sendo vistos como um alvo potencial para tratar o comprometimento cognitivo frequentemente associado à depressão, e que não é aliviado pelos tratamentos que se concentram em outros neurotransmissores como a serotonina.

Em suma os receptores, GABA-A surgem como um componente importante na depressão, e um alvo promissor para o tratamento não apenas dos sintomas emocionais, mas também dos cognitivos associados à depressão. Esta conclusão é embasada pelas informações disponíveis sobre os receptores GABA-A, sua função no cérebro, a reação do cérebro à falta de atividade do GABA e a eficácia de uma droga que aumenta a atividade do GABA-A no tratamento da depressão periparto.

Para mais detalhes sobre essa pesquisa, disponibilizamos aqui o link de acesso. 




Leia também: 


Referências: 

  • Bernhard Luscher et al, GABA-A receptors as targets for treating affective and cognitive symptoms of depression, Trends in Pharmacological Sciences (2023). DOI: 10.1016/j.tips.2023.06.009



Denunciar publicação
    000

    Indicados para você