Durante um levantamento feito para a elaboração de uma apresentação de um projeto, verificou-se que um dos problemas organizacionais da área de Saúde está ligado à rotatividade de funcionários. Foram encontrados indícios de que esta rotatividade em uma organização de médio a grande porte varia entre 10 e 15 funcionários por mês. Assumindo um número médio de 12 pessoas por mês, apenas para efeito de conta, temos um total de 144 pessoas por ano.
Foi consultado então, um material voltado à área de RH, que mostrava alguns cálculos e levava ao valor de uma “contratação que não deu certo”, o autor assumia que cada profissional ficava em média dois meses antes da demissão. Para este processo de seleção era estimado o valor de R$12.010,00 por pessoa contratada, considerando todas as horas gastas com o trabalho de seleção de currículos, entrevistas, treinamento. Fazendo uma conta simples, se for considerada a média de 12 pessoas por mês, chega-se ao total de R$1.729.440,00 por ano gasto com “contratações que não deram certo”. Como não foi feito um estudo estatístico detalhado, apenas um levantamento que traz alguma ideia de custo, supondo um erro de 40 % ou pensando em organizações menores, ou onde a rotatividade seja menor, ainda assim estaremos falando de algo em torno de R$1.000.000,00 desperdiçado.
E a perda se resume a isso: imagine os pacientes (ou clientes) que seguem aquele profissional que saiu por terem se adaptado à forma de trabalho e ao tratamento dele, a expressão de insatisfação e os comentários que pode provocar quando paciente (cliente) chega e não encontra mais “aquele profissional tão gentil” que o(a) atendia. Afeta a imagem da Organização e a percepção das pessoas, que hoje ganham vez e voz nas redes sociais.
Isso sem entrarmos no mérito dos casos em que o profissional muitas vezes já conhecia os pacientes e tinha todo um conhecimento tácito sobre suas patologias e mesmo alguns costumes e forma como gostavam de ser atendidos. Este conhecimento também foi embora junto com ele... Existem outras consequências e impactos, que entram nesta conta de acordo com os valores da Organização.
O PMI aconselha em seu processo de Gerenciamento de Riscos, que todo risco deve ser mitigado ou evitado. Mas como fazer para evitar ou ao menos mitigar o risco de todo este desperdício? Podemos falar em ações de RH, plano de carreira, boas condições de trabalho, mas também temos que pensar na valorização, na prática e rotina de cada pessoa, sua formação, o carinho e dedicação que ela teve ao escolher atuar nesta área.
É necessário olhar para o conhecimento que ela adquiriu ao longo de sua trajetória, sua capacidade de combinar a estes conhecimentos, novas informações de um contexto que está a cada dia mais tecnológico. A Inovação de uma Organização deve começar através das pessoas, pois elas que detêm o conhecimento, executam os processos e utilizam a tecnologia, sendo importantíssima sua atuação até no amadurecimento e evolução desta tecnologia.
Para tratar o problema, não há “receita de bolo”, mas com certeza há um caminho. A proposta é trabalhar a Gestão do Conhecimento para promover a Inovação, que nascerá de forma orgânica, engajar os envolvidos e evitar (ou ao menos reduzir) a rotatividade.
Saúde 4.0
Muito se fala hoje sobre inovação, Saúde 4.0, Saúde do futuro, novas tecnologias a serviço da Saúde, novos modelos em Saúde....
São inúmeros eventos, palestras, conteúdo compartilhado, mas será que as visões convergem? A forma como um Gestor enxerga esta proposta é a mesma como seu paciente ?
Gostaria de saber sobre a percepção de vocês sobre o tema...
❓ O que você, que participa de tantos eventos e debates pensa a respeito do tema?
Estamos realizando esta pesquisa no grupo 👇🏻 e contamos com a contribuição de vocês.
Basta responder a seis perguntinhas:
O objetivo deste levantamento é compreender a visão que diferentes perfis (profissionais da Saúde, Gestores de Saúde, empreendedores, público em geral) possuem sobre o conceito.
Os resultados serão divulgados aqui na Academia Médica e no LinkedIn.