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4Es - Engage, Educate, Execute, Evaluate: Prevenção de infecções e Excelência na Assistência Médica

4Es - Engage, Educate, Execute, Evaluate: Prevenção de infecções e Excelência na Assistência Médica
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jul. 18 - 6 min de leitura
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A prevenção de infecções é um aspecto vital em ambientes de cuidados agudos como hospitais e clínicas. As infecções associadas aos cuidados de saúde, causadas por bactérias, vírus, fungos e outros patógenos, podem resultar em complicações graves e até mesmo morte. Por isso, é imperativo que estratégias eficazes de prevenção de infecções sejam implementadas para proteger pacientes e profissionais de saúde.

No ICHE Compendium 2022, e publicado online pela Cambridge University Press em 11 de julho de 2023, o artigo 'Implementing strategies to prevent infections in acute-care settings' detalha conceitos e estruturas essenciais para a implementação de medidas de prevenção e controle de infecções e epidemiologia em saúde. Este documento pode ser utilizado autonomamente ou em conjunto com o 'Compendium of Strategies to Prevent Healthcare-Associated Infections in Acute Care Hospitals: 2022 Updates', elaborado em conjunto pela Society for Healthcare Epidemiology of America (SHEA), Infectious Diseases Society of America (IDSA), e Association for Professionals in Infection Control and Epidemiology (APIC).

O principal objetivo deste artigo é orientar o leitor na implementação de estratégias de prevenção e auxiliar na busca por recursos apropriados para um determinado ambiente e circunstâncias específicas. Para tanto, ele apresenta várias estratégias de implementação, levando em conta fatores determinantes e métricas de avaliação. Além disso, o artigo descreve diversos modelos e estruturas conceituais, incluindo os 4Es (Engage, Educate, Execute, and Evaluate) , a Roda de Mudança de Comportamento (Behavior Change Wheel), o Protocolo Abrangente para Segurança do Paciente (CUSP), os Métodos Europeus e Misto, Chegando aos Resultados (Getting to Outcomes), o Modelo para Melhoria (Model for Improvement), o RE-AIM, o Protocolo de Replicação (REP) e os Domínios Teóricos.

O texto enfatiza conceitos de amplo alcance comportamental e socioadaptativo, sugerindo formas pelas quais equipes de prevenção e controle de infecções, epidemiologistas de saúde, profissionais de prevenção de infecções e grupos de especialistas podem utilizá-los para fornecer cuidados de saúde de alta qualidade. Entre os modelos citados, os 4Es (Engajamento, Educação, Execução, Avaliação), desenvolvidos por Pronovost e colaboradores*, são um dos mais adotados na epidemiologia da saúde nos Estados Unidos.

Os 4Es são ideais para grandes projetos que envolvem vários locais. Sua natureza cíclica permite um trabalho formativo e a possibilidade de feedback para impulsionar modificações e adaptações, fornecendo um roteiro para superar lacunas de conhecimento por meio da educação. No entanto, o modelo não inclui estratégias específicas para enfrentar barreiras multilaterais que impedem a aplicação do conhecimento na prática.

As quatro estratégias são: Engajamento, que motiva os parceiros-chave a assumir responsabilidade e apoiar as intervenções propostas; Educação, que garante que os parceiros-chave entendam a importância das intervenções; Execução, que integra a intervenção em processos de cuidados padrão; e Avaliação, que verifica se a intervenção foi bem-sucedida. Os 4Es orientam as equipes de melhoria a planejar como envolver os parceiros-chave no processo de implementação, incluindo líderes hospitalares sênior, líderes de equipe de melhoria e pessoal de linha de frente. O planejamento e uso de intervenções multifacetadas que abordam os 4Es, juntamente com esforços explícitos para melhorar o trabalho em equipe e a cultura de segurança, foram associados à redução de infecções associadas à assistência à saúde (HAIs), diminuição da mortalidade e aumento de economias de custos.

A relevância dos 4Es para a prevenção e controle de infecções em ambientes de saúde é indiscutível. Este modelo fornece uma estrutura útil e cíclica que capacita equipes de melhoria a fechar a lacuna entre conhecimento e prática, facilitando uma implementação mais eficaz de intervenções. Por meio do envolvimento ativo dos parceiros-chave, garantindo que eles estejam bem informados sobre a importância das intervenções, realizando as intervenções de maneira eficaz e avaliando os resultados, é possível criar um sistema robusto e resiliente para a prevenção de infecções.

Ademais, a teoria dos 4Es é notavelmente versátil e pode ser usada como exemplo em várias iniciativas dentro das instituições de saúde, inclusive aquelas que visam melhorar a qualidade do atendimento e o desempenho das equipes. O foco em engajamento, educação, execução e avaliação proporciona uma estrutura sólida para a implementação e gestão de mudanças, seja para introduzir novas diretrizes clínicas, procedimentos de segurança ou tecnologias inovadoras.

Os 4Es, juntamente com outros modelos e estruturas propostos como estratégias de implementação, conduzem a uma abordagem integrada e abrangente. Essa abordagem leva em consideração a cultura de segurança e a dinâmica da equipe, tornando-se crucial para a redução de infecções associadas à assistência à saúde, diminuição da mortalidade e economias significativas. Eles representam, portanto, um pilar fundamental na busca contínua por uma assistência médica mais segura, eficaz e de qualidade.

Na sequência, iremos explorar duas estratégias adicionais descritas no artigo 'Implementing strategies to prevent infections in acute-care settings': a Roda de Mudança Comportamental (Behavior Change Wheel - BCW) e o sistema COM-B (Capacidade, Oportunidade, Motivação - Comportamento). Para se manter atualizado com nossas publicações, inscreva-se em nossa newsletter.



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Referências: 

  • Trivedi, K., Schaffzin, J., Deloney, V., Aureden, K., Carrico, R., Garcia-Houchins, S., . . . Berenholtz, S. (2023). Implementing strategies to prevent infections in acute-care settings. Infection Control & Hospital Epidemiology, 1-15. doi:10.1017/ice.2023.103
  • *Pronovost, PJ, Berenholtz, SM, Needham, DM. Translating evidence into practice: a model for large scale knowledge translation. BMJ 2008;337:a1714



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