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Estudo redefine a compreensão da resistência antimicrobiana sobre as infecções hospitalares

Estudo redefine a compreensão da resistência antimicrobiana sobre as infecções hospitalares
Academia Médica
jul. 13 - 5 min de leitura
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Pesquisadores da Universidade de Oxford revelaram descobertas revolucionárias que podem redefinir nossa compreensão da resistência antimicrobiana (AMR) em infecções bacterianas. A pesquisa, publicada em 12 de julho de 2023 na revista Nature Communications, intitulada Mixed strain pathogen populations accelerate the evolution of antibiotic resistance in patients pode ser o gatilho para o desenvolvimento de estratégias de intervenção mais eficazes no combate a infecções resistentes em pacientes vulneráveis.

Contrariando a visão tradicional de que a resistência antimicrobiana surge a partir de patógenos que adquirem novas mutações, as amostras recolhidas de pacientes da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) sugerem que comunidades patogênicas altamente diversas abrigam genótipos resistentes pré-existentes. Em outras palavras, a resistência não necessariamente surge a partir de novas mutações, mas pode ser o resultado da seleção de clones resistentes já presentes.

O estudo avaliou as alterações na diversidade genética e resistência antibiótica de uma espécie de bactéria patogênica (Pseudomonas aeruginosa) coletada de pacientes antes e após o tratamento com antibióticos. A Pseudomonas aeruginosa é um patógeno oportunista que causa infecções hospitalares, principalmente em pacientes imunocomprometidos e gravemente enfermos.

Os resultados indicaram que dois terços dos pacientes estavam infectados por uma única cepa de Pseudomonas. No entanto, um terço dos pacientes estava infectado por várias cepas da bactéria. Importante ressaltar que a resistência aumentou cerca de 20% mais nos pacientes com infecções de cepas mistas em comparação aos infectados por uma única cepa.

Este aumento rápido na resistência foi impulsionado pela seleção natural de cepas resistentes pré-existentes, que já estavam presentes no início do tratamento com antibióticos. Estas cepas geralmente compunham uma minoria da população patogênica presente no início do tratamento, mas os genes de resistência aos antibióticos que carregavam lhes conferiam uma forte vantagem seletiva sob tratamento antibiótico.

Além disso, os resultados sugerem que, embora a AMR surja mais rapidamente em infecções por múltiplas cepas, ela também pode ser perdida mais rapidamente nessas condições. Os pesquisadores observaram que, na ausência de antibióticos, as cepas AMR crescem mais lentamente em comparação com as cepas não-AMR, corroborando a hipótese de que os genes de resistência aos antibióticos carregam trade-offs de aptidão.

Estas descobertas têm implicações significativas para a prática clínica. Apontam para a necessidade de intervenções voltadas à limitação da propagação de bactérias entre pacientes e sugerem que os testes clínicos devem se mover para capturar a diversidade de cepas patogênicas presentes nas infecções, o que poderia permitir previsões mais precisas do sucesso ou fracasso dos tratamentos com antibióticos.

Para o professor Craig Maclean, líder da pesquisa, este estudo salienta a importância de se desenvolverem novos métodos diagnósticos que facilitem a avaliação da diversidade de populações patogênicas em amostras de pacientes.

Em um cenário em que a resistência antimicrobiana está entre as dez principais ameaças à saúde global, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, entender como a resistência se desenvolve é crucial para a criação de estratégias de intervenção mais efetivas. E, sem dúvida, este estudo marca um passo significativo nessa direção.


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Referência: 

  • Diaz Caballero, J., Wheatley, R.M., Kapel, N. et al. Mixed strain pathogen populations accelerate the evolution of antibiotic resistance in patients. Nat Commun 14, 4083 (2023). https://doi.org/10.1038/s41467-023-39416-2

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