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Sinusite bacteriana aguda em crianças: Atualizações de tratamento e diagnóstico

Sinusite bacteriana aguda em crianças: Atualizações de tratamento e diagnóstico
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jul. 27 - 3 min de leitura
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Temos a satisfação de apresentar um recente estudo publicado na revista JAMA, focado no diagnóstico e tratamento da sinusite bacteriana aguda em crianças. Dada a alta prevalência de infecções do trato respiratório superior (ITRS) em crianças - a maioria de origem viral e autolimitada - ressalta-se a necessidade de ponderação cuidadosa quanto ao uso de antibióticos.

Aproximadamente 50% de todas as consultas pediátricas para ITRS virais resultam em prescrição de antibiótico, mesmo que apenas cerca de 7,5% dessas ITRS evoluam para sinusite bacteriana aguda. Os autores sublinham a relevância do gerenciamento dos antibióticos, especialmente em ambulatório pediátrico. Eles apontam quatro momentos decisivos para a administração de antibióticos: a necessidade real de antibióticos, a exigência de testes diagnósticos, a escolha do regime de antibióticos mais seguro, estreito e de menor duração possível, e a clareza para o paciente em relação às expectativas e ao plano de acompanhamento.

Um ponto importante é a referência ao ensaio clínico randomizado chamado "Identifying children likely to benefit from antibiotics for acute sinusitis: a randomized clinical trial", disponível em jamanetwork.com. Nesta pesquisa, crianças diagnosticadas clinicamente com sinusite bacteriana aguda foram submetidas ao tratamento com amoxicilina e clavulanato ou placebo. A conclusão relevante é que a maioria dos casos de sinusite bacteriana aguda pode não requerer a utilização de um antibiótico, já que o tratamento proporcionou apenas uma redução modesta na duração e intensidade dos sintomas.

Os autores trazem uma consideração crítica sobre as limitações dos testes nasofaríngeos, comumente utilizados para detectar a presença de patógenos nasofaríngeos comuns. Bactérias como Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae e Moraxella catarrhalis, frequentemente identificadas nestes testes, são comuns no epitélio respiratório, e sua presença não indica necessariamente uma infecção.

Outra descoberta de importância é que a cor da secreção nasal não deve ser utilizada como indicativo para o tratamento com antibióticos. Isso ajuda a desmistificar a percepção comum entre muitos pais de que uma secreção nasal colorida é sinal de que o tratamento com antibióticos é necessário.

Em resumo, o estudo sugere que os antibióticos podem fornecer algum alívio aos sintomas em crianças com sinusite bacteriana aguda, especialmente naquelas com bactérias respiratórias comuns. Contudo, considerando as limitações dos testes para detecção de patógenos bacterianos nasofaríngeos, a implementação em larga escala de uma abordagem de tratamento baseada em testes ainda é precoce.

Esperamos que esta atualização acrescente valor e instigue reflexões em sua prática médica. Para mais detalhes sobre o estudo, clique aqui. Nós, da Academia Médica, assumimos o compromisso de compartilhar continuamente pesquisas e estudos, visando manter nossa comunidade médica informada sobre as mais recentes descobertas e avanços no campo da medicina.



Leia também: 


Referências: 

  • Caballero TM, Altillo BSA, Milstone AM. Acute Bacterial Sinusitis: Limitations of Test-Based Treatment. JAMA. 2023;330(4):326–327. doi:10.1001/jama.2023.11365
  • Shaikh N, Hoberman A, Shope TR, et al. Identifying Children Likely to Benefit From Antibiotics for Acute Sinusitis: A Randomized Clinical Trial. JAMA. 2023;330(4):349–358. doi:10.1001/jama.2023.10854



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