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Sódio na dieta e o risco de diabetes tipo 2: Novas perspectivas

Sódio na dieta e o risco de diabetes tipo 2: Novas perspectivas
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nov. 6 - 4 min de leitura
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Uma pesquisa publicada em Mayo Clinic Proceedings edição de novembro 2023, traz evidências sobre a relação entre o hábito de adicionar sal aos alimentos e o aumento do risco de desenvolver diabetes tipo 2 (T2D). O estudo prospectivo, utilizou a vasta base de dados da UK Biobank, de 402.982 adultos, trazendo informações que podem influenciar práticas futuras na prevenção desta condição.

O consumo de sódio é conhecido por sua essencialidade na manutenção do equilíbrio de fluidos e na homeostase celular. No entanto, estudos anteriores frequentemente associaram altas ingestões de sódio a um risco elevado de hipertensão. O desafio permanece em como medir de forma confiável a ingestão de sódio de um indivíduo ao longo do tempo, pois métodos como a coleta de urina de 24 horas podem ser inadequados devido às variações diárias e não refletem o consumo habitual.

O estudo em questão ultrapassou esses obstáculos explorando a frequência do hábito de adicionar sal aos alimentos como um indicador do paladar e preferência de sódio a longo prazo. Esta abordagem revelou-se um marcador substituto eficaz para a ingestão crônica de sódio, correlacionando-se significativamente com o risco de mortalidade prematura e doenças cardiovasculares em estudos anteriores.

Observou-se que a frequência com que o sal é adicionado aos alimentos está associada a um risco maior de T2D, independentemente de outros fatores de risco tradicionais e estilos de vida. Além disso, a associação encontrada foi parcialmente mediada por medidas de adiposidade e pela proteína C-reativa (CRP), sugerindo que o caminho pelo qual o sódio influencia o risco de T2D pode estar relacionado ao aumento da adiposidade e da inflamação.

É crucial destacar que o estudo controlou rigorosamente fatores de estilo de vida, reduzindo a possibilidade de que a alta frequência de adição de sal seja simplesmente um marcador de um estilo de vida menos saudável. No entanto, não se pode descartar completamente a presença de confusão residual, e as medidas autorrelatadas da frequência de adicionar sal podem estar sujeitas a vieses de informação.

Com uma amostra predominantemente de descendência europeia, permanece a dúvida se essas descobertas são generalizáveis para outros grupos étnicos. Além disso, mudanças nas preferências de sabor salgado ao longo do tempo não foram consideradas, uma vez que os dados sobre a frequência de adição de sal foram coletados apenas no início do estudo.

A pesquisa, portanto, sugere que a redução do hábito de adicionar sal aos alimentos pode representar uma abordagem de intervenção comportamental potencial para a prevenção do T2D. A necessidade de ensaios clínicos futuros é enfatizada para validar esses achados e influenciar potencialmente as diretrizes dietéticas para a prevenção do diabetes tipo 2.

A discussão sobre o equilíbrio de sódio na dieta permanece complexa, e este estudo adiciona uma camada importante à compreensão do papel do sódio na saúde metabólica. 


Para acessar o conteúdo completo desta pesquisa, disponibilizamos aqui, o link de acesso!

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Referência:

Wang, X., Ma, H., Kou, M., Tang, R., Xue, Q., Li, X., Harlan, T. S., Heianza, Y., & Qi, L. (2023). Dietary Sodium Intake and Risk of Incident Type 2 Diabetes. Mayo Clinic Proceedings, 98(11), 1641-1652. https://www.mayoclinicproceedings.org/article/S0025-6196(23)00118-0/fulltext



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