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SUS Amplia Cuidados com Dermatite Atópica com Novas Terapias

SUS Amplia Cuidados com Dermatite Atópica com Novas Terapias
Comunidade Academia Médica
mai. 27 - 4 min de leitura
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O Ministério da Saúde anunciou, no dia 26 de maio de 2025, um avanço no cuidado com pacientes que convivem com dermatite atópica: três novos medicamentos foram incorporados ao Sistema Único de Saúde (SUS), viabilizando um tratamento integral desde as formas leves até os quadros graves da doença. Trata-se da inclusão de dois imunomoduladores tópicos – tacrolimo e furoato de mometasona – e de um agente imunossupressor oral – o metotrexato.

A decisão foi formalizada por meio de portarias da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (SECTICS), com recomendação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec).

A dermatite atópica é uma condição genética, crônica e não contagiosa, frequentemente diagnosticada na infância, mas que pode persistir ou surgir na adolescência e na vida adulta. Ela se caracteriza por inflamação cutânea, coceira intensa, ressecamento da pele e, em casos graves, lesões visíveis que comprometem significativamente a qualidade de vida e a autoestima dos pacientes.

Além da pele, a doença impõe impactos psicossociais severos, especialmente entre crianças em idade escolar, devido ao preconceito e ao estigma visual provocado pelas lesões. Como destacou a secretária Fernanda De Negri, da SECTICS, o tratamento vai além da fisiopatologia: “É também uma resposta ao estigma e ao preconceito que os pacientes enfrentam no cotidiano.”

Novas tecnologias incorporadas:

📍Tacrolimo tópico (0,03% e 0,1%)

Indicado especialmente para lesões em áreas sensíveis como face e dobras cutâneas, o tacrolimo é um imunomodulador tópico não esteroidal que apresenta menor risco de efeitos adversos comparado aos corticosteroides tópicos, sendo essencial em casos de contraindicação ou resistência aos corticoides. Por ser de alto custo, seu acesso era limitado antes da incorporação ao SUS.

📍Furoato de mometasona (0,1%)

Corticoide tópico de potência moderada a alta, é eficaz na regeneração cutânea, cicatrização de lesões e alívio rápido dos sintomas. Seu perfil de adesão terapêutica é elevado, principalmente por sua capacidade de controlar surtos em diferentes faixas etárias, sendo indicado para pacientes que necessitam de tratamento de médio prazo.

📍Metotrexato oral

Indicado para casos graves de dermatite atópica, principalmente quando há contraindicação ao uso da ciclosporina, até então o imunossupressor oral disponível no SUS. O metotrexato age na modulação da resposta inflamatória sistêmica, sendo útil para pacientes com alta carga inflamatória e necessidade de controle sistêmico da doença.

Panorama atual do tratamento no SUS

Antes da incorporação desses medicamentos, o SUS oferecia basicamente:

  • Corticoides tópicos de baixa potência, como:

    • Dexametasona creme (1 mg/g)

    • Acetato de hidrocortisona (10 mg/g - 1%)

  • Ciclosporina oral, para quadros mais graves.

Com a atualização do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) da Dermatite Atópica, o tratamento passa a cobrir uma gama mais ampla de perfis de pacientes, aumentando a personalização terapêutica e promovendo melhor adesão, menos efeitos colaterais e maior controle da doença.

Abordagem multiprofissional e atenção integral à saúde

Entre 2024 e 2025, o SUS realizou mais de 500 mil atendimentos ambulatoriais e mil hospitalizações relacionadas à dermatite atópica. A abordagem terapêutica no SUS envolve:

  • Consulta com dermatologistas e alergistas

  • Utilização de terapias tópicas

  • Adoção de práticas como fototerapia, uso de emolientes, hidratação adequada, adaptação de banhos e bandagens

  • Educação do paciente e adequação de hábitos de vida

O novo cenário no SUS reforça a importância de atuação multidisciplinar para controlar as manifestações clínicas, evitar complicações e promover bem-estar aos pacientes.

Para ter acesso ao tratamento, o paciente deve procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS). A partir da avaliação clínica inicial, havendo indicação, ele será encaminhado para avaliação especializada, onde será definido o melhor esquema terapêutico conforme o novo protocolo. 


Referência:

Ministério da Saúde. (2025, maio 27). Pacientes com dermatite atópica passam a contar com tratamento integral no SUS. https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2025/maio/pacientes-com-dermatite-atopica-passam-a-contar-com-tratamento-integral-no-sus


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