A crescente pressão sobre os tempos de consulta e a burocracia digital têm desafiado a sagrada relação médico-paciente, colocando em xeque a percepção de empatia no tratamento. No entanto, um novo horizonte se abre com a promessa da inteligência artificial (IA) em resgatar a humanidade na medicina.
Em destaque, o livro "Deep Medicine", de 2019, propõe que a IA pode ser a chave para devolver o bem mais precioso aos médicos: o tempo. Especialistas argumentam que mais tempo permite uma escuta mais atenta, um exame físico minucioso, e manifesta genuína compaixão, algo que nenhuma máquina pode emular.
Além disso, avanços em Modelos de Linguagem de Grande Escala - Large Language Models (LLMs) têm potencial de assumir tarefas administrativas, deixando médicos livres para focar no que fazem de melhor: cuidar. Innovadores aplicativos de deep learning, chatbots e algoritmos de monitoramento à distância também figuram nessa revolução, apontando para uma otimização na prática clínica.
❓Entretanto, um estudo de 2023 levanta uma questão intrigante: a IA poderia ser mais empática que os humanos?
As descobertas mostram que o modelo ChatGPT, ao responder perguntas em um fórum médico no Reddit, foi percebido como quase 10 vezes mais empático que médicos de carne e osso. Estudos subsequentes exploram os (LLMs) como ferramentas de formação, incentivando médicos a aprofundar suas habilidades interpessoais.
Contudo, especialistas alertam para a distinção entre verdadeira empatia e sua simulação por máquinas. A IA pode replicar comportamentos, mas carece de entendimento e conexão humanos. Além disso, há preocupações quanto à precisão de modelos atuais, como o GPT-4, na esfera médica.
Em síntese, a genuína empatia humana permanece insubstituível. Porém, com o uso equilibrado da tecnologia, a IA tem o potencial de ser uma ferramenta educacional inestimável, assegurando que a conexão humana continue no cerne da prática médica.
Ao ponderar os avanços da inteligência artificial na medicina, percebemos que estamos à beira de uma revolução que vai além da eficiência operacional. As ferramentas tecnológicas prometem aliviar as cargas burocráticas e aprimorar o atendimento, mas também nos desafiam a reconsiderar a essência da empatia. A busca pelo equilíbrio entre tecnologia e interação humana é fundamental, enfatizando a constante necessidade de uma conexão humana autêntica.
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Referência:
Topol, E. J. (2023). Digital medicine: Machines and empathy in medicine. The Lancet, 402. Retrieved from www.thelancet.com. Scripps Research Translational Institute, La Jolla, CA.
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