Editorial publicado na revista Women & Health, intitulado “Four billion reasons to include
women`s health in the research agenda” (Quatro bilhões de razões para incluir a
saúde das mulheres na agenda de pesquisa), assinado pela ginecologista e
obstetra brasileira Marcia Mendonça Carneiro, trata da necessidade e
importância de maior investimento e foco no gênero feminino em estudos
científicos da área da saúde. O texto defende que a saúde da mulher deve ser
priorizada de forma total, levando-se em consideração todos os aspectos físicos
e também aspectos mentais e sociais.
Segundo o texto, no mundo, atualmente,
existem cerca de 8 bilhões de pessoas. Em diversas áreas, é possível observar
uma redução da taxa de crescimento populacional, bem como das taxas de
fertilidade. Isso vem acontecendo por que as mulheres buscam mais educação e
possuem um plano reprodutivo, desacelerando o crescimento populacional e
impactando a economia e a sociedade como um todo. Assim, elas desempenham papel
importante para o crescimento econômico. Porém, ainda são negligenciadas nas
áreas de ciência e pesquisa.
Marcia afirma que o gênero do
paciente é um fator que deve ser levado em consideração quando se fala de
cuidado em saúde, sendo necessários estudos que consideram as diferenças entre
homens e mulheres e maior investimento em pesquisas de doenças que acometem em
grande quantidade o público feminino.
O editorial cita um relatório da
organização sem fins lucrativos Women`s
Health Access Matters (WHAM) - intitulado “The Case to Fund Women`s Health Research: An Economic and Societal
Impact Analysis” (O caso para financiar a pesquisa em saúde da mulher: uma
análise de impacto econômico e social), - que estima que haveria um retorno
financeiro de US$ 13 bilhões à economia mundial se US$ 300 milhões fossem
investidos apenas no estudo de Alzheimer, doenças autoimunes e doenças coronarianas
que afetam mulheres.
“Tragicamente, os investimentos
na saúde da mulher permanecem baixos, compreendendo menos de 2% dos atuais projetos
biofarmacêuticos (Mckinsey 2023). Condições como endometriose, sangramento
uterino anormal ou menopausa recebem pouca atenção, apesar do enorme efeito
negativo que podem ter na vida das mulheres. O conceito de saúde da mulher deve
abranger não apenas o sexo e a saúde reprodutiva, mas também espectros mais
amplos que incluam a saúde mental, materna e menstrual, bem como a prevenção do
câncer e das DCNT (Doenças Crônicas não Transmissíveis)...cuidar da mulher é um
passo fundamental para a construção da igualdade social e do bem-estar para
todos”, diz a ginecologista.
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