A Organização
Mundial da Saúde (OMS) publicou no início de dezembro um relatório sobre o que
é efetivo para a prevenção de violência on-line contra crianças. O documento
tem como foco principal duas formas de violência: abuso sexual infantil,
incluindo aliciamento e abuso de imagens sexuais; e agressão cibernética e
assédio na forma de cyberbullying, cyberstalking, hacking e roubo de
identidade.
Segundo o diretor do Departamento de Determinantes Sociais da Saúde da OMS, Etienne Krug, esse relatório fornece uma direção clara para a ação de governos e outros parceiros de desenvolvimento, mostrando o que deve ser feito para enfrentar a violência on-line e off-line com união e de forma eficaz.
Estratégias de proteção
Para prevenir a violência on-line contra crianças, o relatório destaca a importância
da implementação de programas educativos dirigidos a crianças e pais. Estudos
citados no relatório demonstraram a eficácia de tais programas na redução dos
níveis de vitimização e comportamentos de risco associados à violência, como
abuso de álcool e drogas.
O documento recomenda a implementação de programas educacionais escolares
com várias sessões, as quais promovam a interação entre os jovens e envolvam os pais. Além disso, a OMS destaca a importância de treinar os jovens em habilidades específicas para a vida, como assertividade, empatia, resolução de problemas, gerenciamento de emoções, busca de ajuda, entre outras. O relatório enfatiza que os programas educacionais são mais bem-sucedidos quando usam formatos de entrega múltiplos e variados, como vídeos, jogos, cartazes, infográficos e discussões guiadas.
O relatório também quantificou a evidência, confirmada em países de todos os
níveis de renda, de que formas abrangentes de educação sexual podem reduzir a
agressão física e sexual, em particular a violência no namoro e entre parceiros
e o bullying homofóbico.
Por fim, o relatório incluiu e enfatizou a necessidade de mais programas de
prevenção da violência que integrem conteúdo sobre os perigos on-line com a
prevenção da violência off-line, dada a sobreposição desses problemas e suas
abordagens comuns de prevenção; menos ênfase no perigo de estranhos, pois os
estranhos não são os únicos ou mesmo os predominantes infratores na violência
on-line contra crianças; mais ênfase em conhecidos e colegas perpetradores, que
são responsáveis pela maioria dos delitos; e mais atenção às habilidades de
relacionamento saudável, uma vez que o romance e a busca de intimidade são as
principais fontes de vulnerabilidade à violência on-line.
O documento na íntegra e na língua inglesa está disponível para download na página da OMS, para acessar basta clicar aqui.
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