Pacientes de diversas áreas que entram em contato com a natureza são mais ativos, possuem maior contagem diária de passos durante caminhada e podem ter redução da pressão arterial e diminuição de escores de depressão e ansiedade. É o que afirma uma revisão sistemática e meta-análise publicada pelo The Lancet Planetary Health.
No trabalho, foram analisados 28 estudos que testaram a prescrição de contato com a natureza na prática médica e a capacidade dessa recomendação de promover saúde. As evidências mostraram que o contato com a natureza reduz uma série de danos - incluindo os de má qualidade do ar, ondas de calor e estresse crônico - enquanto incentiva comportamentos saudáveis, como socialização e atividade física, podendo ajudar a prevenir problemas como solidão, depressão e doenças cardiovasculares.
Para os autores da meta-análise, a prescrição de contato com ambientes naturalmente preservados tem como intuito encorajar e habilitar as pessoas a se (re)conectar com a natureza. A prática está surgindo como um suplemento aos cuidados médicos habituais. O governo britânico, por exemplo, investiu 5,77 milhões de libras em um programa piloto de prescrição social verde e o Canadá já possui um programa implementado com essa finalidade.
Na Austrália, 80% dos pacientes mostraram-se receptivos e interessados com a prescrição. Apesar disso, pesquisas anteriores mostraram que as comunidades de baixa renda são menos propensas a ter acesso ao espaço verde. No entanto, essas comunidades estão mais em risco de problemas crônicos de saúde, como diabetes tipo 2, obesidade e doenças cardiovasculares.
Referência:
Phi-Yen Nguyen et al, Effect of nature prescriptions on cardiometabolic and mental health, and physical activity: a systematic review, The Lancet Planetary Health (2023). DOI: 10.1016/S2542-5196(23)00025-6
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