Segundo uma publicação da American Psychological Association (APA), de julho de 2023, intitulada 'Toxic workplaces leave employees sick, scared, and looking for an exit: How to combat unhealthy conditions', os desafios enfrentados pelos trabalhadores têm sido de crescente preocupação.
No universo laboral, é evidente que os trabalhadores enfrentam diariamente uma série de estressores que impactam sua saúde e desempenho organizacional. Desafios como longas jornadas de deslocamento, cargas de trabalho elevadas, salários insuficientes e falta de autonomia são comuns. Contudo, torna-se alarmante quando esses estressores são amplificados por ambientes de trabalho marcados por hostilidade, assédio e discriminação.
Quando os profissionais descrevem a cultura de sua organização como "tóxica", cinco atributos prejudiciais frequentemente se destacam: desrespeito, exclusão, comportamento antiético, competitividade desmedida e abusos. Tais ambientes têm gerado preocupação crescente, não apenas devido ao impacto na produtividade das empresas, mas também nas consequências para a saúde física e mental dos funcionários.
Segundo a pesquisa "Work in America" de 2023 da American Psychological Association (APA), 19% dos entrevistados consideraram seu ambiente de trabalho como tóxico. Surpreendentemente, 22% relataram que o ambiente de trabalho afetou adversamente sua saúde mental. Mindy Shoss, PhD, psicóloga organizacional da Universidade da Flórida, afirma no artigo da APA, que o elemento dominante em locais de trabalho tóxicos é o "medo". Ela sublinha que tais ambientes esgotam a energia e o entusiasmo, infundindo nos trabalhadores sentimentos de receio e insegurança.
Essa perspectiva é corroborada pelo "U.S. Surgeon General’s office", que em 2022 chamou a atenção para os efeitos adversos de culturas de trabalho tóxicas. O estresse crônico, resultante desses ambientes, pode levar a condições sérias como depressão, doenças cardíacas e até câncer.
Os prejuízos desses ambientes não são apenas humanos, mas também econômicos, resultando em absenteísmo elevado, produtividade reduzida e alta rotatividade de funcionários. Uma pesquisa de 2022 do MIT Sloan Management Review revelou que a cultura tóxica foi a principal razão para a saída de profissionais das empresas, superando outras razões como insegurança no emprego ou falta de reconhecimento.
🚩 Para estabelecer um local de trabalho mais saudável e produtivo, medidas específicas são essenciais. Auditorias de bem-estar no local de trabalho, por exemplo, podem avaliar se os funcionários se sentem valorizados e tratados com justiça. Uma cultura de respeito e segurança deve ser o pilar de qualquer organização, e a liderança desempenha um papel fundamental nesse processo.
Em última análise, o texto nos convida a refletir sobre a essencialidade da saúde e do bem-estar no ambiente de trabalho, não somente em termos de produtividade, mas também como pilares da dignidade e resiliência dos colaboradores. Priorizando saúde mental, equidade e satisfação no ambiente laboral, as organizações não apenas aprimoram sua eficácia, mas também se consolidam como fundamentos de comunidades saudáveis e inclusivas.
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Referências:
- Sleek, S. (2023, July 13). Toxic workplaces leave employees sick, scared, and looking for an exit. How to combat unhealthy conditions. Healthy Workplaces. https://www.apa.org/topics/healthy-workplaces/toxic-workplace
- American Psychological Association. (2023). Work in America: 2023 workplace health & well-being. https://www.apa.org/pubs/reports/work-in-america/2023-workplace-health-well-being
- Donald Sull, Charles Sull, and Ben Zweig . (2022). Toxic culture is driving the great resignation. MIT Sloan Management Review. https://sloanreview.mit.edu/article/toxic-culture-is-driving-the-great-resignation/
- U.S. Department of Health & Human Services. (2022). Workplace mental health & well-being. https://www.hhs.gov/sites/default/files/workplace-mental-health-well-being.pdf