Cientistas do Salk
Institute e da UC San Diego descobriram
moléculas anti-inflamatórias que diminuem no cérebro com o avanço da idade. Segundo
o estudo, publicado na Nature Chemical
Biology, trata-se de uma classe de lipídios chamada SGDGs
(3-sulfogalactosil diacilgliceróis), presente em cérebros humanos, de primatas
e outros animais, como camundongos.
A descoberta ajuda a desvendar a base molecular do
envelhecimento cerebral e revela possíveis novos fatores ligados ao
desenvolvimento de doenças neurológicas relacionadas à idade. No futuro, pode
contribuir com a adoção de novas intervenções terapêuticas.
Para chegar aos resultados, os pesquisadores traçaram perfis
lipídicos de cérebros de camundongos em cinco idades diferentes, de um a 18
meses. Foi usada técnica de cromatografia líquida-espectrometria de massa,
sendo constatado que os níveis de SGDGs são bastante diferentes em animais mais
velhos e mais novos.
Além disso, segundo o estudo, os SGDGs mudam
significativamente com o passar da idade, podendo ser regulados pelos mesmos
processos que regulam o envelhecimento. Ao demonstrar que os SGDGs têm
propriedades anti-inflamatórias, a análise conclui que os mesmos podem ter
influência sobre distúrbios neurodegenerativos e outras condições neurológicas
que envolvem inflamação no cérebro.
Os cientistas destacam que serão necessárias novas pesquisas
para dizer se os SGDGs contribuem para a neuroinflamação humana. No futuro, eles
devem tentar descobrir como os SGDGs são regulados com o avançar da idade e
quais proteínas são responsáveis por produzi-los e decompô-los.
Referência:
Dan Tan et al, A class of anti-inflammatory lipids decrease with aging in the central nervous system, Nature Chemical Biology (2022). DOI: 10.1038/s41589-022-01165-6