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Diagnóstico de demência e alterações na medicação de longo prazo

Diagnóstico de demência e alterações na medicação de longo prazo
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ago. 28 - 3 min de leitura
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Um estudo conduzido pela Beth Israel Deaconess Medical Center, em Boston, forneceu uma nova perspectiva sobre o impacto do diagnóstico de demência nos padrões de uso de medicamentos em idosos. A pesquisa, intitulada "Changes in the Use of Long-Term Medications Following Incident Dementia Diagnosis", publicada no JAMA Internal Medicine em 21 de agosto de 2023, revelou resultados preocupantes sobre a gestão de medicamentos nesse grupo vulnerável.

A importância da simplificação dos regimes medicamentosos para indivíduos com demência é amplamente reconhecida. Uma vez que estes pacientes frequentemente enfrentam múltiplas comorbidades, as diretrizes clínicas existentes enfatizam a personalização dos tratamentos. No entanto, os resultados do estudo sugerem que essas diretrizes podem não estar sendo implementadas adequadamente.

Ao analisar os dados de 266.675 adultos com demência recentemente diagnosticada e um grupo de controle equivalente de beneficiários do Medicare Part D entre 2010 e 2019, os pesquisadores identificaram tendências perturbadoras. Como esperado, houve um aumento na prescrição de medicamentos anti-demência.

Também foi observado um aumento surpreendente no uso de medicamentos ativos no sistema nervoso central (CNS). Muitos destes têm sido associados a riscos como quedas, piora da função cognitiva e outros eventos adversos relacionados a medicamentos. A prescrição destes medicamentos contradiz as diretrizes profissionais, especialmente porque podem afetar negativamente a função cognitiva.

Além disso, medicamentos cardiometabólicos, como anti-hipertensivos e insulinas, tiveram um aumento imediato após o diagnóstico de demência. E, embora o uso de medicamentos anticolinérgicos tenha diminuído ligeiramente, sua prescrição continua a ser uma preocupação, visto que são conhecidos por seus potenciais efeitos adversos cognitivos.

Essas descobertas destacam a urgente necessidade de repensar as práticas de prescrição para pacientes com demência. Como os autores do estudo apontam, há oportunidades claras e não aproveitadas para reduzir o uso excessivo de medicamentos através da desprescrição de medicamentos de alto risco ou de benefício limitado.

Com milhões de indivíduos afetados pela doença de Alzheimer e demências relacionadas, é essencial que a comunidade médica garanta que as diretrizes sejam não apenas bem definidas, mas também efetivamente implementadas na prática clínica diária.


Leia também: 




Referência: 

  • Anderson TS, Ayanian JZ, Curto VE, et al. Changes in the Use of Long-Term Medications Following Incident Dementia Diagnosis. JAMA Intern Med. Published online August 21, 2023. doi:10.1001/jamainternmed.2023.3575

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