A tosse crônica nos adultos é definida como uma tosse que dura mais de 08 semanas. Quando essa tosse não responde ao tratamento padrão, ela pode ser redefinida como tosse crônica refratária, segundo o que define uma nova revisão da European Respiratory Review.
Como realizar o diagnóstico da tosse crônica?
O primeiro passo para se estabelecer o diagnóstico é estabelecer uma anamnese detalhada complementada com um bom exame físico. Os exames que devem ser realizados inicialmente devem ser direcionados para a detecção e/ou exclusão de causas tratáveis de tosse, ou doenças mais severas que cursam com a tosse como manifestação clínica.
Depois de excluídas as causas óbvias da tosse, os médicos podem se concentrar em compreender o impacto da tosse no paciente e as opções de tratamento.
Tratamentos atuais para tosse crônica
Os medicamentos com o nível de recomendação mais forte nas diretrizes da European Respiratory Society (ERS) são neuromoduladores, incluindo a morfina em baixas doses, a gabapentina, a pregabalina e a amitriptilina. No entanto, a maioria dessas terapias farmacológicas ainda carece de um maior nível de evidência científica para serem usadas como terapias padrão.
Desta forma, a revisão europeia recomenda que os tratamentos sejam dados como ensaios de curto prazo (geralmente 1–2 semanas para opiáceos e 2–4 semanas para outras drogas) e descontinuados quando não há resposta ou continuados por alguns meses até que a tosse desapareça.
A tosse crônica provoca diversos efeitos físicos e psicológicos que prejudicam significativamente a qualidade de vida destes pacientes. Há também um ônus econômico, tanto para os pacientes quanto para a sociedade, com a perda de produtividade e o uso ineficaz dos recursos de saúde. Isso é particularmente verdadeiro em pacientes com tosse crônica refratária, que por definição não respondem à terapia atual, refletindo o fato de que essas terapias são apenas parcialmente eficazes no tratamento dessa patologia.
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Referências
1. MORICE, Alyn et al. Chronic cough: new insights and future prospects. European Respiratory Review, v. 30, n. 162, 2021.
Conteúdo traduzido e adaptado por Diego Arthur Castro Cabral