A médica de emergência Danielle Reznicsek, em seu relato revelador sobre as realidades contemporâneas da medicina nos Estados Unidos, traça uma imagem incômoda da prática médica atual. Nela, vemos um sistema dominado por métricas de eficiência, nas quais os interesses do paciente parecem ser considerados apenas até o ponto em que são econômica e estatisticamente convenientes. Essa realidade faz uma pergunta incômoda: a medicina, tão orgulhosa de sua tradição humanística, está perdendo seu cerne em meio à pressão da otimização de processos?
A partir dessa perspectiva norte-americana, levantamos uma questão que atinge de perto a nós, médicos brasileiros: estamos lidando com um cenário similar em nossas práticas diárias? Estamos cada vez mais subordinados a métricas que acabam por subverter o verdadeiro propósito da medicina?
O relato de Danielle destaca o atendimento no pronto-socorro como um exemplo de como a medicina se tornou cada vez mais orientada por métricas. Por trás disso, está uma transformação profunda: a do médico enquanto uma espécie de artesão do cuidado humano, dedicado a explorar e entender completamente o estado de saúde do paciente, para uma figura mais parecida com um operário de linha de produção, pressionado a despachar casos o mais rápido possível.
Essa mudança tem implicações profundas na satisfação com a carreira e na capacidade de autorrealização dos médicos. Afinal, muitos de nós escolhemos esta profissão justamente pela oportunidade de contribuir de forma significativa para a saúde e o bem-estar das pessoas. Será que esses valores ainda têm espaço na medicina moderna?
Para entender melhor essa questão, gostaríamos de ouvir de nossos colegas médicos brasileiros. Queremos convidar vocês a refletir sobre a seguinte pergunta:
"Você acredita que a prática médica no Brasil está se tornando mais orientada por métricas e menos preocupada com a busca de diagnósticos precisos e cuidados abrangentes com os pacientes? Como isso tem impactado sua satisfação profissional e capacidade de autorrealização?"
Acreditamos que essa discussão é fundamental. Afinal, para enfrentarmos os desafios que surgem na prática da medicina, precisamos primeiramente reconhecê-los e compreendê-los.
Aos médicos que, como nós, estão inquietos diante desse cenário, convidamos a fazer parte da Academia Médica. Aqui, dedicamo-nos a fomentar a troca de experiências e a construção de um legado para a saúde. Nosso objetivo é garantir que, mesmo diante das pressões e transformações da prática médica, continuemos a valorizar e aprimorar nossa capacidade de proporcionar cuidados de qualidade aos nossos pacientes.
Acreditamos no poder do conhecimento e do networking para enfrentar os desafios da medicina moderna. Ao compartilharmos nossas experiências, inseguranças e sucessos, podemos aprender uns com os outros e juntos moldar um futuro melhor para a medicina. Por isso, convidamos todos os médicos a se juntarem a nós na Academia Médica. Juntos, podemos continuar a tradição humanística da medicina, garantindo que nossos pacientes recebam o cuidado de que precisam e merecem.
Venha fazer parte dessa comunidade de aprendizado e networking. Estamos ansiosos para ouvir suas ideias, desafios e sucessos. Juntos, podemos construir um futuro melhor para a medicina e para os pacientes que atendemos.
Leia também: