Estudo publicado na revista Pediatrics do último dia 2 de setembro indica que as características do bairro onde uma criança vive afetam a frequência com que ela visita um departamento de emergência da área de saúde.
Segundo a pesquisa, desenvolvida por integrantes do UCSF Benioff Children's Hospitals, são mais propensas a utilizar os serviços de emergência crianças que vivem em bairros com moradias precárias, menos quantidade de áreas verdes e altos índices de poluição.
Para chegar à conclusão, os pesquisadortes analisaram dados do Pediatric Health Information Systems, com informações de 49 hospitais infantis nos Estados Unidos. Foram consideradas visitas feitas aos pronto-socorros dos locais de 2018 a 2019 em comparação com as pontuações de crianças de até 17 anos no Child Opportunity Index , uma medida de contexto de vizinhança que aponta desigualdades e contém indicadores de saúde, meio ambiente, educação, fatores sociais e econômicos.
Crianças de bairros com baixas pontuações no Child Opportunity Index tiveram maior número de visitas a serviços de emergência, inclusive para tratamento de problemas que poderiam ser resolvidos em unidades de cuidados primários de saúde. “Entender essas relações pode esclarecer como o contexto da vizinhança pode afetar o acesso, a utilização e os resultados de saúde das crianças”, diz a pediatra Sunitha Kaiser, uma das participantes do estudo.
Referência:
Sunitha V. Kaiser et al, Neighborhood Child Opportunity and Emergency Department Utilization, Pediatrics (2022). DOI: 10.1542/peds.2021-056098
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