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Estudo relaciona gestações conquistadas após transferência de embriões congelados e distúrbios hipertensivos

Estudo relaciona gestações conquistadas após transferência de embriões congelados e distúrbios hipertensivos
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jul. 22 - 4 min de leitura
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Gestações após transferência de embriões congelados em fertilização in vitro (FIV) estão se tornando cada vez mais comuns no mundo. Isto acontece graças ao aprimoramento dos métodos de criopreservação, maior facilidade da transferência de um único embrião durante o processo, redução da hiperestimulação ovariana da mãe e congelamento eletivo de todos os embriões conquistados durante o ciclo.

Porém, apesar das vantagens da técnica, algumas questões preocupam profissionais da área. Recentemente, um estudo realizado por integrantes do Comitê de Tecnologia e Segurança de Reprodução Assistida Nórdica (CoNARTaS) - baseado em dados de registro da vida real e comparação de complicações maternas em gestações de irmãos – indicou que mulheres que engravidam após transferência de embriões congelados têm mais chances de desenvolver distúrbios hipertensivos durante a gestação. Foi constatado que o risco é quase o dobro (7,4% contra 4,3%) do que o verificado em gestações que ocorrem de forma natural ou mesmo após transferência de embrião fresco em fertilização.

Segundo um dos autores do estudo, Sindre H. Petersen, da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia, estudos anteriores sugerem que os riscos de distúrbios hipertensivos em gestações de embriões congelados podem estar associados a terapias usadas para preparar o útero para a implantação dos mesmos. Estes geralmente são administrados na forma de terapia de reposição hormonal no que se tornou conhecido como um ciclo "programado" ou "artificial" (no qual não há corpo lúteo em desenvolvimento natural para fornecer suporte hormonal para a gravidez).

“A presença de um corpo lúteo tornou-se uma `batata quente` em estudos recentes e é de fato uma diferença potencialmente importante entre a concepção natural e as transferências de embriões frescos, por um lado, e as transferências de embriões congelados”, disse Petersen, em entrevista concebida ao periódico Medical Xpress. "Em nossa análise, todas as concepções naturais e gestações de embriões frescos tiveram um corpo lúteo, enquanto um subconjunto das gestações de embriões congelados não. Assim, parece possível que algum aspecto inerente do processo de congelamento e descongelamento, como por exemplo mudanças epigenéticas, também possa influenciar nos riscos".

Durante a pesquisa, foram analisados cerca de 4,5 milhões de gestações únicas nos registros de três países nórdicos, com parto entre os anos de 1988 e 2015. Das concepções após reprodução assistida, 78.300 foram após a transferência de embriões frescos e 18.037 após transferência de embriões congelados.  As referências de nascimento do registro – em grande parte exclusivas dos países nórdicos – também permitiram a identificação de 33.209 partos de irmãos após transferência de embriões frescos ou congelados e concepção natural.

Os distúrbios hipertensivos na gravidez incluem hipertensão gestacional, pré-eclâmpsia, eclâmpsia e síndrome de HELLP (Hemolysis, Elevated Liver Enzymes, Low-Platelets). Não afetaram os resultados finais do estudo o índice de massa corporal materna, tabagismo, tempo entre partos e outros métodos de reprodução assistida (ICSI, duração da cultura de embriões e número de embriões transferidos).  

Apesar do que foi observado e com base nas vantagens proporcionadas pela transferência de embriões congelados em processos de FIV, Petersen diz que não se pode recomendar mudanças nas estratégias de tratamento levando-se em consideração um único estudo. Muita pesquisa ainda deve ser realizada a respeito do tema para que se chegue a uma conclusão definitiva.

O CoNARTaS monitora a saúde de mães e crianças nascidas após reprodução assistida nos países nórdicos.

Com informações de Medical Xpress e Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia.

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