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Mapeando a propagação da psicose no cérebro

Mapeando a propagação da psicose no cérebro
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set. 21 - 3 min de leitura
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Pesquisadores da Universidade Monash, Australia conseguiram avanços na compreensão da psicose, uma condição com custos enormes tanto em termos financeiros quanto humanos, afetando diretamente a qualidade de vida dos pacientes.

O estudo publicado no periódico JAMA Psychiatry em 20 de setembro de 2023, conduzido pelo Dr. Sid Chopra, do Turner Institute for Brain and Mental Health e da Escola de Ciências Psicológicas da Monash University, explorou a propagação dos efeitos da psicose no cérebro. O foco principal foi mapear e modelar as mudanças cerebrais em pacientes em diferentes estágios da doença, desde o diagnóstico inicial até aqueles que vivenciam a psicose há anos.

Uma das descobertas mais notáveis foi identificar o hipocampo, uma região cerebral vital para a memória, como um possível ponto inicial de alterações cerebrais na psicose. Isso sugere que, ao se concentrar no hipocampo, é possível desenvolver terapias que limitem o impacto da doença ou até mesmo reduzam o risco de início da psicose.

O estudo analisou um total de 534 indivíduos, abrangendo fases iniciais e avançadas da doença psicótica. Os pesquisadores empregaram ressonância magnética para observar as alterações na matéria cinzenta em diferentes etapas da doença. Descobriram que a psicose pode se originar no hipocampo e, gradualmente, se espalhar pelo cérebro através das conexões axonais ou nervosas.

Uma comparação intrigante foi feita entre a progressão da psicose e a de doenças neurodegenerativas, sugerindo que ambas podem seguir um padrão similar em relação à distribuição de mudanças no cérebro. Segundo o Professor Alex Fornito, que liderou a equipe de pesquisa, o hipocampo se destaca como o epicentro potencial dessas alterações cerebrais.

Um aspecto crítico do estudo foi a capacidade dos pesquisadores de distinguir entre as mudanças cerebrais decorrentes da doença e aquelas associadas ao uso de medicamentos antipsicóticos. Tal discernimento é crucial para entender verdadeiramente a natureza e o desenvolvimento da psicose.

Dr. Chopra destaca que o trabalho revela uma possibilidade promissora de investigar os mecanismos por trás das mudanças cerebrais na esquizofrenia usando modelos simples. Com tal compreensão, há esperança de identificar possíveis alvos terapêuticos e prever a evolução da doença em pacientes individuais.

Este estudo representa um marco significativo na jornada para desvendar a complexidade da psicose e abre caminho para abordagens terapêuticas mais direcionadas e personalizadas no futuro.


Leia também: 


Referências:

  • Chopra S, Segal A, Oldham S, et al. Network-Based Spreading of Gray Matter Changes Across Different Stages of Psychosis. JAMA Psychiatry. Published online September 20, 2023. doi:10.1001/jamapsychiatry.2023.3293


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