Atualmente existem diversos métodos contraceptivos utilizados pela população feminina em idade fértil no Brasil. Sendo que, a maioria deles é reversível, somando 80% das mulheres nessa categoria, número que vem crescendo desde o ano de 2006.
Visto isso, de acordo com a Lei n° 9.263, de 12 de janeiro de 1996, o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza alguns contraceptivos para a população, por meio do acesso igualitário, do planejamento familiar e do respeito aos direitos reprodutivos e sexuais.
Além de protegerem contra uma possível gravidez indesejada, os métodos de barreira também previnem a transmissão de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como HIV, sífilis, herpes genital, entre outras.
É importante lembrar que não existe um método 100% eficaz, visto que todos eles possuem taxas de falhas, mesmo sendo as mínimas possíveis.
Mas afinal, quais são os tipos de métodos contraceptivos oferecidos pelo SUS?
MÉTODOS HORMONAIS:
1) Anticoncepcional oral combinado:
É o mais procurado e utilizado pelas mulheres, possuindo 99,7% de eficácia quando usado corretamente, sendo uma combinação de etinilestradiol 0,03mg + levonorgestrel 0,15 mg, que nada mais é que a mistura dos hormônios estrogênio e progesterona.
Possui um baixo risco de desenvolver trombose e outras patologias, mas acaba tendo benefícios que são a redução da tensão pré-menstrual, da cólica e do fluxo de sangramento.
Podem ser divididos em cartelas de comprimidos de 21 ou 28 dias, sendo que na primeira categoria, para que a menstruação ocorra, é preciso fazer uma pausa de 7 dias. Já na segunda, 7 dos 28 comprimidos são placebo, período em que a mulher irá menstruar.
2) Minipílula:
Composta de apenas por progesterona, diminuindo assim o risco de desenvolver trombose, na formulação oral de noretisterona 0,35mg. Como possui uma eficácia menor, ela é indicada geralmente para períodos de amamentação, pois não interfere na produção do leite materno. Está disponível em cartelas de 28 dias sem intervalo, e os comprimidos devem ser tomados todos os dias no mesmo horário, assim como na pílula oral combinada.
3) Pílula de emergência:
Mais conhecida como pílula do dia seguinte, é indicada em casos de emergência. Sua formulação é em dose única de levonorgestrel, na concetração de 1,5mg. Essa concentração é muita alta e traz muitos riscos à saúde da mulher, por isso deve ser usada apenas uma vez ao ano.
4) Injetável mensal:
Disponível na formulação de enantato de norestisterona 50mg + valerato de estradiol 5mg (combinação de estrogênio e progesterona), é aplicado todo mês e a mulher menstrua normalmente. Leva vantagens quanto ao uso, pois não corre o risco de a mulher esquecer como nos contraceptivos orais.
5) Injetável trimestral:
Sua formulação é composta apenas de progesterona, sendo o acetato de medroxiprogesterona 150mg, aplicado via intramuscular a cada três meses. No Brasil, a formulação disponível é à base de acetato de medroxiprogesterona 150 mg, preparada na forma de suspensão microcristalina de depósito para injeção IM, apresentada em frasco-ampola de 1 ml.
DISPOSITIVOS INTRAUTERINOS
1) DIU Tcu-380 A (DIU T de cobre):
Dispositivo de plástico flexível, em forma de T, que mede aproximadamente 31mm e que é inserido na cavidade uterina. O DIU de cobre é revestido por filamentos de cobre que bloqueiam a entrada das tubas uterina na mulher.
MÉTODOS DE BARREIRA
1) Diafragma:
É um método vaginal de anticoncepção que consiste em um capuz macio de látex ou de silicone côncavo, com borda flexível, que recobre o colo uterino.
2) Preservativo masculino:
Consiste em um envoltório de látex, poliuretano ou silicone, bem fino, porém resistente, que recobre o pênis durante o ato sexual, impedindo que a ejaculação aconteça dentro do canal vaginal. É um dos métodos mais utilizados na prevenção de doenças.
Quais desses você costuma indicar para os seus pacientes?
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Referências
Assistência em Planejamento Familiar: Manual Técnico/Secretaria de Políticas de Saúde, Área Técnica de Saúde da Mulher – 4a edição – Brasília: Ministério da Saúde, 2002
Atenção integral à saúde da mulher: Universidade Federal de Santa Catarina. Daniela Ramos Carcereri, et al. 3. ed. — Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2016.
Cadernos de Atenção Básica. Distrito Federal: Ministério da Saúde, v. 28, n. 2, 2010.
FARIAS, Mareni Rocha; et al. Use of and access to oral and injectable contraceptives in Brazil. Revista de Saúde Pública, [S.L.], v. 50, n. 2, p. 52-59, 2016. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/s1518-8787.2016050006176.
SILVA, Celi Santos da; et al. Contraceptive Methods and Prevalence of Adult and Young Women at Risk of Thrombosis in the Campos Centro Universitário do Distrito Federal-UDF. Rev. Cient. Sena Aires, Distrito Federal, v. 2, n. 8, p. 190-197, abr. 2019.