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Nature publica orientações éticas para minimizar o potencial de uso indevido de publicações com grupos sociais

Nature publica orientações éticas para minimizar o potencial de uso indevido de publicações com grupos sociais
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jun. 29 - 3 min de leitura
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Em 14 de junho de 2022 a Nature publicou uma atualização de suas normas sobre ética em pesquisa e publicação em seu veículo. Segundo a revista, apesar dos estudos passarem por um comitê de ética previamente a realização da pesquisa, os benefícios e os malefícios de pesquisas acadêmicas cujas conclusões podem afetar indiretamente grupos de pessoas, não são discutidos.

Há estudos com grupos populacionais que seus resultados podem podem levar, mesmo que não intencionalmente por parte dos autores, indivíduos a serem estigmatizados, discriminados ou submetidos a racismo, sexismo ou homofobia, entre outras consequências. Esse tipo de trabalho pode ser utilizado por pessoas de má fé como forma de justificar sua própria opinião que enfraquece e invalida os direitos de grupos específicos, simplesmente por causa de suas características sociais.

A fim de minimizar esse esse impacto negativo de publicações científicas, a Nature publicou uma orientação que incentiva a comunidade de autores, revisores e editores a respeitar a dignidade e os direitos de grupos de pessoas. Para a revista isso significa que essa comunidade deve considerar as implicações potencialmente prejudiciais da pesquisa aplicada a grupos, se esforçando para minimizar o potencial de uso indevido e os riscos de danos a esses grupos e, por fim, que os autores devem usar linguagem respeitosa e não estigmatizante em seus manuscritos.

Além disso, o periódico sinalizou que a comunidade científica precisa se atentar em relação aos preceitos éticos sobre pesquisas que possam alimentar o discurso de ódio; sobre imagens potencialmente denegridoras; sobre conteúdos que possam ser usados para atingir a dignidade ou os direitos de um grupo humano e possam causar danos de outras maneiras. Consoante a revista, a ciência tem sido usada há muito tempo para sustentar as desigualdades estruturais e a discriminação na sociedade, perpetuando a injustiça. Por isso, embora os casos nem sempre sejam claros, se a publicação corre o risco de prejudicar as pessoas, autores e editores precisam considerar esses riscos em relação a quaisquer benefícios que possam surgir da publicação.

A Nature ressaltou que essa orientação é sobre como proteger as pessoas de danos e a revista não tem o intuito de desencorajar e limitar trabalhos que sejam socais ou academicamente controversos. Além disso, o veículo enfatizou que a liberdade acadêmica é uma premissa fundamental e inegociável, entretanto, essa liberdade tem limites éticos e que esses limites serão respeitados pelo veículo a fim de maximizar os benefícios e reduzir ou eliminar os danos sociais.

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Referência 

NATURE. Research must do no harm: new guidance addresses all studies relating to people. Nature, [S.L.], v. 606, n. 7914, p. 434-434, 14 jun. 2022. Springer Science and Business Media LLC. http://dx.doi.org/10.1038/d41586-022-01607-0.


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