A European Society of Hypertension (ESH) comemora o 20º aniversário de suas diretrizes para o manejo da hipertensão arterial com uma série de atualizações revolucionárias em 2023. Neste marco histórico, não podemos deixar de lembrar a contribuição essencial do professor Alberto Zanchetti, que liderou a criação das primeiras diretrizes europeias para a hipertensão em 2003. Seu empenho em defender uma perspectiva europeia sobre o tratamento da hipertensão resultou em um artigo muito citado e estabeleceu as bases para futuras colaborações entre a ESH e a European Society of Cardiology (ESC).
Após edições conjuntas com a ESC em 2007, 2013 e 2018, a ESH retoma a responsabilidade exclusiva pelas diretrizes de 2023. Mantendo-se fiel à sua metodologia de revisão prévia, a nova edição apresenta uma série de inovações notáveis. Essas incluem conceitos inovadores, uma análise mais profunda de temas que anteriormente eram apenas brevemente discutidos, e abordagens para condições que até então não estavam contempladas nas diretrizes.
Os destaques das diretrizes de 2023 abrangem várias áreas da prática clínica, tais como:
Classificação Simplificada de Recomendações: As diretrizes de 2023 apresentam critérios de classificação mais simples e modificados, facilitando sua interpretação e aplicação prática.
Medição Aprimorada da Pressão Arterial Fora do Consultório: Reforçando a importância das medidas fora do consultório, as novas diretrizes apresentam um panorama mais completo da pressão arterial do paciente, baseando-se em medições mais consistentes ao longo do tempo.
Intervenções de Estilo de Vida Atualizadas: As novas diretrizes reiteram a importância das mudanças no estilo de vida, incluindo uma dieta balanceada, exercícios físicos regulares e controle do peso para a gestão eficaz da hipertensão.
Preferência por Drogas Específicas: As diretrizes validam o uso preferencial de bloqueadores do sistema renina-angiotensina (RAS), bloqueadores dos canais de cálcio (CCBs) e diuréticos do tipo tiazida no tratamento da hipertensão, acrescentando agora os beta-bloqueadores (BBs) à lista de fármacos prioritários.
Abordagem Expandida para Diferentes Demografias e Condições Clínicas: As diretrizes de 2023 ampliam o escopo para o tratamento da hipertensão, abrangendo situações anteriormente não discutidas ou marginalmente abordadas, como a hipertensão em crianças e adolescentes, pacientes jovens, diferenças de gênero, gravidez e puerpério, doença arterial periférica, aneurisma da aorta, doença valvar cardíaca, emergências/urgências hipertensivas, hipertensão perioperatória, obesidade, COVID-19, doenças inflamatórias crônicas, oncologia, falha do barorreflexo e disautonomia e glaucoma.
Novas Modalidades de Tratamento: A ESH reconhece potenciais novas abordagens para o tratamento da hipertensão e a redução do fardo da doença, como a telemedicina, o tratamento em equipe e o papel crescente dos farmacêuticos.
A atualização das diretrizes de 2023 oferece uma abordagem abrangente e atualizada para a gestão da hipertensão, um problema de saúde global que afeta um grande número de indivíduos. A ESH, através destas revisões contínuas, fornece um recurso inestimável para os médicos e pesquisadores.
Convidamos todos os especialistas a se familiarizarem com estas diretrizes, que incorporam novas pesquisas e inovações em várias áreas, para proporcionar aos pacientes o melhor tratamento possível para a hipertensão.
Para acesso a diretriz completa, acesse ESH Guidelines
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Fonte:
ESH (2023). 2023 ESH Guidelines for the management of arterial hypertension. Journal of Hypertension. Recuperado de https://journals.lww.com/jhypertension/Fulltext/9900/2023_ESH_Guidelines_for_the_management_of_arterial.271.aspx