Estudos recentes têm explorado a influência de nossas crenças e mentalidades sobre a saúde, bem-estar e sucesso na vida. As mentalidades, entendidas como as suposições que fazemos para entender nossas experiências, têm demonstrado impactos consideráveis em áreas como inteligência, aspectos emocionais e estilos de vida como dieta e exercício e saúde.
Em um estudo desenvolvido por especialistas de diferentes departamentos da Universidade de Stanford, publicado em agosto de 2023, foi examinado como a mentalidade dos pacientes com câncer sobre a natureza de sua doença e sobre o papel de seus corpos pode afetar sua qualidade de vida e resposta ao tratamento.
Uma conclusão importante deste estudo é a sugestão de que a maneira como os pacientes veem e interpretam o câncer pode afetar significativamente sua experiência com a doença. Por exemplo, pacientes que encaram o câncer como algo "gerenciável" ou como uma "oportunidade de crescimento" tendem a ter uma abordagem mais proativa em relação ao tratamento e a sentir mais esperança e significado em sua jornada. Por outro lado, aqueles que veem o câncer como uma "catástrofe" podem se sentir mais desesperados e desengajados, tornando sua experiência com a doença ainda mais desafiadora.
O estudo introduziu uma intervenção digital destinada a ajudar pacientes recentemente diagnosticados com cânceres não metastáticos a adotar mentalidades mais adaptativas. Esta intervenção tomou a forma de uma ferramenta online composta por sete módulos, com vídeos e questões de reflexão, abordando diversos aspectos relacionados à mentalidade do paciente em relação ao câncer.
Os resultados foram promissores: em comparação com um grupo de controle, pacientes que passaram pela intervenção mostraram melhorias significativas em vários domínios da qualidade de vida relacionada à saúde. Eles utilizaram estratégias de enfrentamento mais eficazes e experimentaram menos angústia relacionada aos sintomas físicos do câncer.
Esta descoberta abre caminho para uma gama de possibilidades no tratamento e suporte psicológico para pacientes com câncer. Enquanto muitas terapias atuais se concentram em ensinar habilidades para gerenciar sintomas específicos, como estresse ou ansiedade, as intervenções focadas na mentalidade buscam abordar uma questão mais profunda: como os pacientes interpretam o significado de seus diagnósticos e a capacidade de seus corpos de lidar com o tratamento. O potencial desta abordagem é evidente na sua eficácia em um curto período de tempo.
Este estudo sugere que as intervenções focadas na mentalidade têm um lugar valioso na oncologia centrada no paciente. Eles oferecem uma maneira eficaz de melhorar a qualidade de vida dos pacientes, que é um componente crucial do atendimento em oncologia. Assim, ao avançarmos na busca de tratamentos mais holísticos para pacientes com câncer, o poder de nossas crenças e mentalidades não deve ser subestimado. Em suma, a maneira como vemos e interpretamos nossas doenças pode, de fato, moldar a trajetória de nossa recuperação.
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📖 Esse estudo evidencia o significativo impacto das mentalidades sobre a saúde e o bem-estar, bem como em outras esferas da vida. Este tema também é profundamente explorado por Carol S. Dweck, coautora da pesquisa citada e autora do livro 'Mindset'. Em sua obra, Dweck discute como mentalidades fixas e de crescimento influenciam nossa resposta aos desafios da vida. Embora o câncer não seja o foco principal de seu livro, é inegável que a mentalidade afeta diversos aspectos da vida, desde o enfrentamento de desafios relacionados à saúde física e psicológica até a tomada de decisões em momentos adversos.
Assim, aproveitando a discussão sobre mentalidade, recomendamos a leitura do livro 'Mindset', de Carol S. Dweck. Para aqueles interessados em explorar ainda mais o poder e a influência das mentalidades em nossas vidas, esta é uma leitura essencial.😉
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Referência:
Zion, S. R., Schapira, L., Berek, J. S., Spiegel, D., Dweck, C. S., & Crum, A. J. (2023). Changing cancer mindsets: A randomized controlled feasibility and efficacy trial. Psycho‐Oncology. https://doi.org/10.1002/pon.6194