Academia Médica
Academia Médica
Você procura por
  • em Publicações
  • em Grupos
  • em Usuários
VOLTAR

Paciente de 62 Anos com Parkinson avançado restaura mobilidade com neuroprótese espinhal

Paciente de 62 Anos com Parkinson avançado restaura mobilidade com neuroprótese espinhal
Academia Médica
nov. 9 - 4 min de leitura
010

Cronofotografia mostra paciente utilizando a neuroprótese para caminhadas recreativas na natureza. (Foto:  Milekovic, T., Moraud, E.M., Macellari, N. et al., 2023)


Cientistas na vanguarda do tratamento de desordens motoras fizeram um avanço significativo na terapia da Doença de Parkinson (DP). O estudo, publicado em 06 de novembro de 2023 na revista Nature Medicine, apresenta uma neuroprótese espinhal, focada em aliviar os sintomas locomotores severos de pacientes em estágios avançados da doença, mostrando resultados encorajadores, e ultrapassando as limitações de terapias existentes.


Fonte:  Milekovic, T., Moraud, E.M., Macellari, N. et al.,(2023)

Figura: Estrutura e o mecanismo de funcionamento da neuroprótese desenvolvida especificamente para indivíduos com Doença de Parkinson. Ilustra desde o modelo neurobiomecânico otimizado até a localização cirúrgica dos eletrodos com base em imagens de ressonância magnética e tomografia computadorizada.

Os déficits locomotores, incluindo problemas de equilíbrio e episódios de congelamento da marcha, são sintomas debilitantes que afetam cerca de 90% dos pacientes com DP avançada. As abordagens terapêuticas atuais, como a reposição de dopamina e a estimulação cerebral profunda, oferecem alívio limitado para estes sintomas. No entanto, a neuroprótese espinhal emerge como uma nova estratégia, centrada na estimulação da medula espinhal lombossacral - uma região essencial na geração do caminhar e que não é diretamente afetada pela DP.

A técnica, baseada na Estimulação Elétrica Epidural (EES), utiliza a ativação de fibras aferentes de grande diâmetro na zona de entrada da raiz dorsal para controlar a atividade dos neurônios motores das pernas em tempo real. Este princípio fisiológico é adaptado de intervenções bem-sucedidas em indivíduos paralisados devido a lesões na medula espinhal.

📚 Os cientistas implantaram neuroprótese em um paciente de 62 anos com trinta anos de diagnóstico de doença de Parkinson, que sofria de graves comprometimentos na marcha e quedas frequentes, insensíveis às terapias convencionais.

A intervenção revelou resultados promissores: a neuroprótese mostrou-se eficaz ao trabalhar em conjunto com a estimulação cerebral profunda do núcleo subtalâmico e com as terapias de reposição dopaminérgica. Essa interação sinérgica foi capaz de mitigar a assimetria nos movimentos, facilitar passos mais amplos, aprimorar o equilíbrio e diminuir episódios de congelamento da marcha.

Embora os resultados iniciais sejam promissores, os pesquisadores ressaltam a necessidade de mais estudos para identificar quais pacientes têm maior probabilidade de se beneficiar com a neuroprótese. O caminho para a implementação generalizada do tratamento requer o desenvolvimento de tecnologias personalizadas, como uma biblioteca de arranjos de eletrodos específicos e plataformas de neuroestimulação de resposta rápida.

A pesquisa também indica a possibilidade de integrar a neuroprótese com sensores vestíveis não invasivos para detectar as intenções motoras do paciente, o que poderia simplificar o uso do dispositivo no dia a dia. Em casos mais complexos, tecnologias invasivas, capazes de decodificar as intenções motoras a partir da atividade cortical, já mostraram ser viáveis.


🚀 A equipe por trás deste avanço está comprometida em refinar as tecnologias necessárias para atender às necessidades específicas dos pacientes com DP. O objetivo final é conduzir um estudo definitivo que estabeleça a segurança e a eficácia desta neuroprótese para aliviar os déficits locomotores em pessoas com DP, abrindo um novo capítulo no tratamento da doença.

*As imagens apresentadas neste conteúdo foram extraídas da pesquisa original. Para uma consulta detalhada ao estudo, disponibilizamos o link de acesso.



Referência:

Milekovic, T., Moraud, E.M., Macellari, N. et al. A spinal cord neuroprosthesis for locomotor deficits due to Parkinson’s disease. Nat Med (2023). https://doi.org/10.1038/s41591-023-02584-1


Leia também: 



Estar atualizado sobre as últimas descobertas e inovações nas ciências médicas faz sentido pra você? Se sim, inscreva-se em nossa newsletter e receba nossos conteúdos diretamente em sua caixa de e-mail!






Denunciar publicação
    010

    Indicados para você