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[PARTE 1]The Check Up with Google Health 2022: projetos de tecnologia e inovação em saúde com foco no paciente

[PARTE 1]The Check Up with Google Health 2022: projetos de tecnologia e inovação em saúde com foco no paciente
Isadora Mesadri
abr. 8 - 10 min de leitura
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O evento “Check Up” realizado pelo Google em seu canal no YouTube apresentou as ações que a empresa realiza e promove para melhorar a saúde das pessoas que acessam direta e indiretamente sua plataforma. 

Na pandemia de COVID-19, o Google trabalhou na disseminação de informações verdadeiras, ampliando o alcance das mensagens de autoridades de saúde pública. Na prática, foram executadas as seguintes ações:

  • Compartilhamento do conhecimento sobre publicidade e espaços de divulgação para melhorar a entrega de conteúdo sobre recomendações sanitárias (as publicações da  Organização Mundial da Saúde (ONU), por exemplo, alcançaram mais de 2 bilhões de pessoas durante a pandemia);

  • Compromisso da Google com o desejo de ser uma empresa confiável  para auxiliar as pessoas a criar e manter hábitos de vida mais saudáveis;

  • Definição de objetivos e ações para atingir as pessoas, proporcionando melhorias em saúde (acesso à informação, criação de ferramentas e tecnologias).

Para cumprir essas ações, a empresa definiu três públicos prioritários: pacientes; profissionais e instituições de saúde; e por fim, a comunidade. A edição de 2022 do Check Up with Google Health foi pautada no desejo de proporcionar essas melhorias.

Neste post,  elaborei um resumo sobre as soluções apresentadas para consumidores de serviços de saúde. Posteriormente, darei continuidade ao assunto com outros dois textos apresentando as tecnologias para profissionais, instituições de saúde e para a comunidade.

Projetos de inovação em saúde para pacientes

Para melhorar a vida das pessoas, o Google concentra suas ações em transmitir informações para que as pessoas descubram, entendam, decidam e ajam em relação a sua própria saúde. 

Além disso, há instrumentos como wearables e outros dispositivos de detecção que oferecem insights personalizados, podendo motivar as pessoas a serem mais saudáveis.

FitBit: o primeiro aplicativo para monitorar a frequência cardíaca 

Como exemplo de wearables, o Google tem parceria com a FitBit, que criou o primeiro aplicativo que oferece suporte ao rastreamento contínuo da frequência cardíaca baseado em risco e é um dos primeiros no rastreamento do sono para dispositivos vestíveis, que inclui medir os estágios do sono e oferecer informações sobre a qualidade do sono. 

Para testar o algoritmo do App, a empresa desenvolveu  um ensaio clínico dirigido por médicos de Harvard. O algoritmo tem informações de meio milhão de usuários e dispõe de  dados da frequência cardíaca de forma passiva, alertando os usuários a qualquer sinal de irregularidade no ritmo cardíaco. 

Os resultados do estudo foram apresentados na reunião mais recente da American Heart Association e mostraram que o algoritmo identificou com precisão fibrilação atrial não diagnosticada em 98% das vezes.  

Ou seja,  a FitBit trabalha na prevenção de adventos secundários graves, promovendo mais saúde.

Também são funcionalidades do funcionalidades do FitBit:

  • Rastreamento da atividade eletrodérmica;

  • Medição da transpiração das mãos e fornecimento de informações para entender como o corpo humano está respondendo ao estresse;

  • Mensuração das mudanças no volume sanguíneo;

  • Mensuração da frequência cardíaca durante a prática de exercícios físicos e períodos de inatividade como o sono, por exemplo;

  • Avaliação do ritmo cardíaco em busca de sinais de fibrilação arterial.

O criador da FitBit, James Park, acredita que a área em que os wearables têm mais impacto é a cardiologia. Vale destacar que nos últimos anos, a empresa também lançou o primeiro aplicativo de eletrocardiograma aprovado pela  Food and Drug Administration (FDA).

Assista o trecho do evento na íntegra sobre esse assunto:

Ações do Google para ampliar o acesso a consultas médicas

Segundo Hema Budaraju, membro do time de saúde do Google Search, o tempo de espera para uma consulta de atenção primária nos Estados Unidos gira em torno de 20 dias ou mais. Na prática, isso é um problema para os pacientes que demoram para conseguir atendimento. Pensando nisso, o Google Search anunciou que pretende facilitar o processo de agendamento mostrando quais datas e locais estão disponíveis de acordo com os seus provedores.

Como início da implementação da solução, o Google mostrou quais médicos aceitam seguro do consumidor, e a partir de agora, pretendem expandir a demonstração de consultas disponíveis, assim como futuramente aumentar a rede de parcerias nesse sistema. 

Assista o trecho do evento na íntegra sobre esse assunto:

YouTube e promoção  acesso à informação de saúde de qualidade 

Como sabemos, além do Google ser um grande aliado para os pacientes quando vão pesquisar mais sobre suas doenças e dúvidas sobre saúde, o YouTube também é um parceiro que contribui na educação em saúde. 

Muitas vezes, durante o tempo de consulta não é possível orientar e sanar todas as possíveis dúvidas do paciente. Além disso, os profissionais da saúde podem usar expressões e palavras que não pertencem ao vocabulário da pessoa e por isso, o entendimento é dificultado.

 Assim, plataformas como o Youtube possibilitam o acesso a informações com um vocabulário mais acessível, e por serem vídeos, podem ter imagens e animações para ilustrar a situação, possibilitando um melhor entendimento em saúde. 

Segundo o Dr. Garth Graham , diretor de saúde pública no Google e no Youtube, a missão do Youtube é promover a equidade no acesso à informação em saúde de alta evidência científica, culturalmente relevante, além de envolvente e interessante para seus consumidores. O Youtube já tem parcerias com  as principais empresas de saúde e autoridades como a Mass General Brigham, American Public Health Association, líderes de saúde pública, médicos e criadores de conteúdo em saúde. 

Com esse objetivo, a plataforma pretende aumentar o volume de vídeos de alta qualidade em informação e melhorar como as pessoas encontram esses conteúdos. Para isso,  foram adicionados vídeos em painéis de informações que introduziram prateleiras de conteúdo de saúde e destacam vídeos de fontes confiáveis para quando o paciente pesquisar tópicos sobre o assunto no YouTube. 

Além disso, a plataforma formou uma parceria com a ONU  e a Academia Nacional de Medicina para avaliar as fontes de saúde autorizadas.

São instituições que já promovem educação em saúde no Youtube:

  • New England Journal of Medicine: no canal, são criados vídeos com animações e entrevistas com os pesquisadores sobre os achados chaves de seus últimos artigos publicados. 

  • American Academy of Pediatrics: o canal tem conteúdos direcionados às crianças e adolescentes. Um dos projetos chamado "YouTube Shorts" consiste na produção de vídeos curtos para adolescentes e meninas sobre a saúde da mulher, sexologia e questões de gênero. 

  • American College of Physicians: é um canal que tem uma série de vídeos produzidos de médicos para médicos com temas variados como: estratégias de comunicação eficazes para abordar e desmistificar questões que os pacientes trazem, baseadas na desinformação sobre a vacinação, por exemplo.

Em síntese: todos os casos citados são ótimos exemplos de como os especialistas médicos estão reimaginando como e onde as informações de saúde são compartilhadas para aumentar o acesso à informação para todos.

Assista o trecho do evento na íntegra sobre esse assunto:

IA e ampliação do acesso à informação em saúde: projeto ARDA

Com o avanço da tecnologia, é possível expandir o acesso ao cuidado à saúde para locais afastados de cidades com grandes centros de saúde e a Inteligência Artificial (IA) está trazendo muitas inovações neste sentido.

O projeto “Automated Retinal Disease Assessment” (ARDA), desenvolvido na  Tailândia,  por exemplo,  utiliza IA e aprendizado de máquina para fazer screening e detectar retinopatia em pacientes com diabetes via fotografia.  A partir da análise da imagem a inteligência artificial indica ou não para o paciente se consultar com um oftalmologista. 

O time do Google descobriu que além de detectar  retinopatia diabética, esse modelo de aprendizado de máquina também pode  encontrar hiperglicemia, hipercolesterolemia ou  através de fotos. 

Atualmente, os engenheiros estão pesquisando se imagens captadas por smartphones podem ser usadas com essa mesma finalidade. Além disso, os atuais celulares têm o potencial de aumentar a acessibilidade à saúde, uma vez que cada vez mais estão mais próximos de um computador e têm a possibilidade de implementar sensores  e aprendizado de máquina.

Yossi Matias, líder do time de inteligência artificial em saúde do Google, se afirmou durante o The Check Up Google 2022,  que seus engenheiros e cientistas estão engajados para ajudar o próprio paciente a detectar seu problema de saúde e com a ajuda de um médico, diagnosticar e iniciar o tratamento sem nenhum dos dois sair de casa. 

Inclusive, já existe um aplicativo com essa finalidade: o “DermAssist”. Na prática, o app analisa, a partir de três fotos e respostas a perguntas elaboradas por recursos de IA, a condição de pele do paciente e o auxilia a tirar dúvidas sobre decorrentes da saúde da sua pele. A solução foi desenvolvida com base em critérios como: biotipo de pele, idade, gênero e outras características individualizadas. 

No evento, Matias afirmou a Google produziu uma tecnologia que usa a câmera do smartphone para mensurar a frequência cardíaca e respiratória para rastrear metas de condicionamento físico. Essa funcionalidade, que antes estava disponível apenas para o Google Pixel, já pode ser encontrada em mais de 100 modelos de Android e iOS.

Outra funcionalidade dos smartphones que tem sido testada é o microfone que pode ser usado para pode gravar os sons que o coração de uma pessoa faz quando colocado sobre o peito, assim como um estetoscópio faria.

Esse recurso pode ser utilizado para facilitar o diagnóstico de estenose aórtica, uma vez que, consoante um estudo do “Journal of Circulation” pacientes com essa patologia manifestam os sintomas apenas quando já estão muito doentes e debilitados. 

Assista o trecho do evento na íntegra sobre esse assunto:

 

Essas foram as atualizações divulgadas pela Google para tornar seus consumidores mais saudáveis.

Gostou das iniciativas apresentadas no post? Deixe seu comentário!

 

Artigos relacionados

Referência 

  1. Youtube. The Check Up with Google Health 2022.  Março 2022. Disponível em: www.youtube.com/watch?v=2XQZQR477fg&t=1513s. Acesso em: 07 de abril de 2022.

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