Muitos pais de crianças e adolescentes reconhecem que a utilização de celulares e outras mídias móveis por seus filhos podem afetar o desenvolvimento e o comportamento dos mesmos. Porém, diante do aparecimento de problemas, poucos têm acesso a informações de qualidade e recursos efetivos que os ajudem na busca de soluções. Muitas vezes, eles literalmente inventam soluções.
A constatação é resultado de uma pesquisa realizada pela Edith Cowan University (ECU), na Austrália, com 281 pais. Do total, 75% relatou experimentar conflitos, tensões e desentendimentos familiares relativo ao uso de mídia móvel. Destes, um em cada três nunca procurou fontes confiáveis – como médicos, psicólogos e pedagogos – para pedir orientações sobre como agir. Muito pouco se sabe como eles abordam a questão com os filhos.
“Nossos resultados mostram que os pais estão usando redes informais, o que pode indicar que as diretrizes oficiais sobre o uso de mídia digital são difíceis de entender ou não são adequadas para o propósito”, disse uma das pesquisadoras participantes do estudo, Stephanie Milford, em depoimento à Medical Xpress. “Sabemos que as mães e os pais de hoje lutam sem nenhum quadro de referência porque esses dispositivos (celulares, tablets e outras médias móveis) não existiam quando eles eram crianças”.
Ao relatar problemas percebidos com os filhos que utilizam mídias móveis, os participantes da pesquisa citaram principalmente falta de atividade física, dificuldade em completar tarefas, prática excessiva de jogos, desatenção, problemas de sono e isolamento social.
Entre as estratégias de mediação e resolução dos problemas mais utilizadas estão: limitar o tempo de uso de dispositivos móveis (adotado por 69,5% dos entrevistados), conversar com a criança sobre o motivo pelo qual ela usa os dispositivos (68,1%), verificar os sites e aplicativos que a criança tem acesso (66%) e retirar a mídia móvel como punição (58,5%).
Os autores da pesquisa dizem que as constatações obtidas demonstram que os pais devem ser educados em relação ao uso de mídias digitais pelos filhos, havendo necessidade do desenvolvimento de diretrizes de utilização dos recursos que sejam fáceis dos adultos entenderem e colocarem em prática.
Com informações de Human Behavior and Emerging Technologies e Medical Xpress.
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