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Pesquisadores elaboram órgão universal que permite transplante com tipos sanguíneos incompatíveis

Pesquisadores elaboram órgão universal  que permite transplante com tipos sanguíneos incompatíveis
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mar. 15 - 3 min de leitura
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Um estudo publicado na revista Science Translational Medicine provou que é possível converter, de forma segura, o tipo sanguíneo de órgãos doados para o transplante. Ter órgãos universais elimina a necessidade de compatibilidade entre os tipos sanguíneos do doador e do receptor, priorizando os pacientes por urgência médica e não por disponibilidade de órgãos, possibilitando salvar mais vidas e perder menos órgãos(1). 

Consoante o primeiro autor do artigo, Dr. Aizhou Wang, pacientes com tipo sanguíneo O esperam duas vezes mais para receber um transplante de pulmão se comparado com pacientes do tipo A. Visto isso, pacientes com o tipo O, que precisam de um transplante pulmonar, possuem mais de 20% de  risco de morrer esperando a compatibilidade de um doador(1). 

Para outros órgãos isso também ocorre. Pacientes com tipo sanguíneo O e B esperam por 4 a 5 anos na lista de transplante renal, enquanto pacientes com tipo A ou AB aguardam de 2 a 3 anos na fila(1).

O experimento 

Os cientistas usaram o Sistema de Perfusão de Pulmão Ex-Vivo (PPEV), pioneiro em Toronto, como plataforma do tratamento(1). O sistema bombeia fluidos nutritivos através dos órgãos, permitindo que sejam aquecidos à temperatura corporal, para poderem ser reparados e melhorados antes do transplante(1).

Pulmões de doadores humanos não compatíveis para transplante de doadores do tipo A foram colocados no circuito EVLP. Um pulmão foi tratado com um grupo de enzimas para limpar os antígenos da superfície do órgão, enquanto o outro pulmão, do mesmo doador, permaneceu sem tratamento(1).

As enzimas usadas são oriundas do intestino humano e podem cortar os açúcares dos antígenos A e B dos glóbulos vermelhos, convertendo-os em células universais do tipo O(1).

A equipe testou cada um dos pulmões adicionando sangue tipo O (com altas concentrações de anticorpos anti-A) ao circuito, para simular um transplante incompatível ABO. Os resultados demonstraram que os pulmões tratados foram bem tolerados enquanto os não tratados apresentaram sinais de rejeição(1).

A importância das parcerias em Medicina 

A pesquisa foi realizada em parceria com diferentes instituições do Canadá: University Health Network(UHN), Universidade de Toronto,  Universidade de British Columbia e Universidade de Alberta. 

“Ao trocar ideias entre as disciplinas e em todo o país, nos tornamos um esforço colaborativo para resolver um problema importante no transplante de órgãos", diz o Dr. Wang. 

 

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Referência 

  1. WANG, Aizhou et al. Ex vivo enzymatic treatment converts blood type A donor lungs into universal blood type lungs. Science Translational Medicine, v. 14, n. 632, p. eabm7190, 2022. Disponível em: https://www.science.org/doi/10.1126/scitranslmed.abm7190. Acesso em março de 2022

     

 


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