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Prática de exercícios físicos após cirurgia bariátrica modifica áreas cerebrais ligadas ao controle de ingestão alimentar

Prática de exercícios físicos após cirurgia bariátrica modifica áreas cerebrais ligadas ao controle de ingestão alimentar
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fev. 16 - 3 min de leitura
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Grupo de pesquisadores brasileiros e estadunidenses descobriu que pacientes submetidos à cirurgia bariátrica que praticam exercícios físicos após a intervenção têm mudanças na conectividade entre o hipotálamo e áreas sensoriais, gerando redução da fome ou acelerando a sensação de saciedade.  

O estudo controlado randomizado incluiu trinta pacientes do sexo feminino, com idades entre 18 e 60 anos, submetidas à cirurgia bariátrica por meio da técnica bypass gástrico em Y de Roux, na qual há redução do tamanho do estômago e desvio intestinal. Os resultados da pesquisa forma publicados no International Journal of Obesity. 

Os pesquisadores dividiram, de forma aleatória, as participantes em dois grupos, sendo que um realizou exercícios físicos e o outro não. A intervenção de exercício, iniciada três meses após a cirurgia, foi realizada sob supervisão de profissional de educação física durante seis meses, numa frequência de três vezes por semana. Tal prática envolvia tanto exercícios de resistência quanto aeróbicos. 

Parâmetros clínicos, laboratoriais e de conectividade funcional cerebral foram avaliados em três etapas – no início do estudo e posteriormente no terceiro e no nono mês após a cirurgia. Os cientistas utilizaram ressonância magnética funcional para analisar o efeito combinado do procedimento cirúrgico com a prática de exercícios. 

No grupo submetido ao exercício físico, foi detectado um aumento de ativação do núcleo hipotalâmico medial, associado com a supressão do apetite e o aumento do gasto energético. As descobertas da equipe indicam que exercícios físicos e cirurgia bariátrica agem de forma sinérgica na conectividade de regiões associadas à cognição, à recompensa e à regulação emocional, favorecendo, em tese, a regulação da fome e da saciedade. 

Do ponto de vista clínico, os resultados indicam que o exercício físico deve ser considerado uma importante terapia complementar visando melhorar as funções cerebrais. Isso poderia, inclusive, incrementar os já conhecidos benefícios da cirurgia bariátrica para os pacientes, como a redução de fatores de risco cardiometabólicos, a diminuição da sarcopenia e redução da perda de massa óssea. 

Entretanto, o estudo não verificou por quanto tempo tais modificações cerebrais perduram. Os autores argumentam que é provável que diminuam de intensidade, até com algum grau de reversão, à medida que o paciente interrompa o exercício. Desta forma, incorporar um estilo de vida saudável é fundamental para o sucesso da cirurgia bariátrica a longo prazo. 

Considerada um dos principais problemas de saúde ao redor do mundo, a obesidade é uma doença crônica e um importante fator de risco para problemas cardiovasculares, musculoesqueléticos ecâncer. Ela também está ligada ao pior prognóstico e incidência de maiores complicações no que diz respeitro à infecção pelo pelo Sars-CoV-2, causador da Covid-19. 

Referência: 

Merege-Filho, C.A.A., Gil, S.S., Kirwan, J.P. et al. Exercise modifies hypothalamic connectivity and brain functional networks in women after bariatric surgery: a randomized clinical trial. Int J Obes (2022). https://doi.org/10.1038/s41366-022-01251-8 

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