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Qual é o impacto da autoimagem corporal na satisfação com a vida?

Qual é o impacto da autoimagem corporal na satisfação com a vida?
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set. 6 - 4 min de leitura
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🚩 "Quantas vezes paramos para refletir sobre a imagem que temos de nós mesmos e o impacto dela em nossa vida diária?"

Uma pesquisa conduzida pela Anglia Ruskin University (ARU) na Inglaterra abordou o elo entre a imagem corporal positiva e uma maior satisfação com a vida e bem-estar psicológico. Este estudo, publicado no periódico Body Image na edição de setembro de 2023, envolveu um total impressionante de 56.968 participantes de 65 nações diferentes, tornando-se uma das maiores investigações já realizadas sobre a temática da imagem corporal.

Para contextualizar, a pesquisa se concentrou no conceito de "apreciação corporal", entendido como a aceitação, respeito e manutenção de opiniões favoráveis em relação ao próprio corpo. Isso também engloba a rejeição de ideais estéticos propagados pela mídia como a única forma de beleza humana.

Estudos anteriores já haviam associado altos níveis de apreciação corporal a diversos aspectos positivos de bem-estar, como aumento da autoestima e hábitos alimentares saudáveis, além de uma associação negativa com problemas como depressão e ansiedade. No entanto, o diferencial deste estudo é seu alcance global, avaliando a apreciação corporal em um espectro transnacional.

Os participantes foram convidados a responder ao Body Appreciation Scale-2 (BAS-2), um questionário composto por itens como "Eu respeito meu corpo" e "Valorizo as características únicas do meu corpo". Os resultados apontaram para uma associação significativa entre maior apreciação corporal e melhor bem-estar psicológico, medido por um indicador de satisfação de vida. Além disso, curiosamente, foi observado que indivíduos solteiros e residentes de áreas rurais apresentam uma apreciação corporal mais elevada.

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Internacionalmente, os dados mostraram variações notáveis: enquanto Austrália, Índia e Reino Unido apresentaram as pontuações mais baixas de apreciação corporal, Malta surgiu no topo da lista.

Viren Swami, Professor de Psicologia Social da  Anglia Ruskin University (ARU) e autor principal do estudo, salientou a importância deste trabalho colaborativo, que envolveu mais de 250 cientistas ao redor do mundo. Ele destaca que pessoas em áreas urbanas podem sentir uma pressão mais acentuada para aderir aos ideais corporais propagados pela sociedade ocidental. 


Ao refletir sobre a dinâmica da autoimagem corporal proposta neste estudo, é imprescindível citar a influente abordagem de Paul Schilder. Médico de formação em Viena, Áustria, Schilder teve relações acadêmicas com figuras proeminentes como Sigmund Freud, que aprofundaram seu interesse pela psicanálise. Esse entrelaçamento permitiu-lhe combinar suas descobertas neurológicas com conceitos psicanalíticos, explorando avidamente a conexão entre mente e corpo. Schilder defendia que nossa imagem corporal vai além de uma mera representação estática; ela é, em sua essência, um constructo influenciado por uma gama de experiências humanas, desde as interações sociais até nossas vivências mais pessoais e físicas.

A compreensão sobre a teoria de Schilder ressoa fortemente com a pesquisa apresentada nesta publicação, destacando a profunda influência da autoimagem corporal na satisfação com a vida. Assim, o legado de Schilder não só oferece um alicerce teórico robusto, mas também enfatiza a importância de considerarmos os inúmeros fatores que moldam nossa percepção corporal.😉


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Referências:

  • Schilder, P. (2013). The image and appearance of the human body (Vol. 163). Routledge.



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