Academia Médica
Academia Médica
Você procura por
  • em Publicações
  • em Grupos
  • em Usuários
loading
VOLTAR

Riscos cardíacos associados a antipsicóticos: Estudo de Coorte na Suécia

Riscos cardíacos associados a antipsicóticos: Estudo de Coorte na Suécia
Academia Médica
ago. 8 - 3 min de leitura
000

O estudo de coorte populacional, publicado em agosto de 2023 na revista Psychiatry Research, fundamentou-se na análise de registros de saúde nacionais da Suécia, trazendo esclarecimentos sobre os riscos cardíacos associados ao uso de antipsicóticos. A pesquisa teve como foco a avaliação dos efeitos de três antipsicóticos amplamente empregados - clozapina, olanzapina e quetiapina - no contexto de duas condições adversas do coração: perimiocardite (envolvendo pericardite e/ou miocardite) e insuficiência cardíaca

A coorte total compreendeu 201.045 indivíduos, todos os quais receberam a prescrição de pelo menos um dos antipsicóticos inclusos durante o período de 1º de janeiro de 2006 a 30 de dezembro de 2018. A idade média dos participantes foi de 43,5 anos, sendo que 52,8% eram mulheres. A maioria dos indivíduos estavam em tratamento exclusivo com antipsicóticos (84,5%), e a grande parte deles tinha um histórico de menos de cinco episódios de internação psiquiátrica (96,3%).  A condição psiquiátrica mais frequentemente observada foi o transtorno de humor (47,7%), imediatamente seguida pelos transtornos neuróticos, relacionados ao estresse ou somatoformes (46,0%).

A clozapina é reconhecida como tratamento eficaz para a esquizofrenia refratária, mas tem sido associada a eventos cardíacos graves, como miocardite e pericardite. O estudo revelou um risco aumentado de desenvolver perimiocardite nos primeiros dois meses de tratamento com clozapina, além de um aumento no risco de insuficiência cardíaca nos primeiros três anos de uso. Essas descobertas sugerem que a vigilância cuidadosa é crucial durante o início do tratamento com clozapina, especialmente para detectar sinais de perimiocardite e insuficiência cardíaca emergentes.

Surpreendentemente, o estudo não encontrou associações semelhantes com os antipsicóticos olanzapina e quetiapina, embora eles sejam quimicamente relacionados à clozapina. Essa diferença nas associações pode ser influenciada por diversos fatores, incluindo vigilância clínica diferenciada e sensibilidade ao risco.

As limitações do estudo incluíram, falta de informações sobre medicamentos administrados durante a internação e possíveis vieses de canalização. No entanto, os resultados fornecem informações relevantes para a prática clínica, destacando a necessidade de monitoramento rigoroso durante o tratamento com clozapina e  menor preocupação quanto ao uso de olanzapina e quetiapina em relação aos riscos cardíacos.

Essas descobertas têm implicações significativas para especialistas que prescrevem antipsicóticos, reforçando a importância da vigilância ativa e do acompanhamento dos pacientes em risco de desenvolver essas complicações cardíacas.  Além disso, os próprios autores enfatizam a necessidade contínua de pesquisa para aprofundar nossa compreensão dos efeitos desses medicamentos em diferentes populações e contextos clínicos.

Para ter acesso ao estudo na íntegra, clique aqui



Leia também: 


Referência: 

Eric Clapham, Johan Reutfors, Marie Linder, Lena Brandt, Johan Sundström, Robert Bodén. The association between exposure to clozapine, olanzapine, and quetiapine and the outcomes perimyocarditis and heart failure: A population-based cohort study. Psychiatry Research, Volume 326, 2023.






Denunciar publicação
    000

    Indicados para você