O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), anunciou
que a atual presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nísia Trindade Lima,
estará à frente do Ministério da Saúde a partir de 2023. Ela será a primeira
mulher a ocupar o cargo e assumirá em substituição ao médico cardiologista
Marcelo Queiroga, que se despede da pasta.
Nísia está na presidência da Fiocruz desde 2017, mas é
pesquisadora da instituição desde 1987. Atualmente também ocupa, ao lado de
outros especialistas, o Grupo Técnico da Saúde no governo de transição. Graduada
em Ciências Sociais e com doutorado em Sociologia, sempre se dedicou, ao longo
de sua vida profissional, à área de pensamento social brasileiro, história das
ciências e saúde pública.
“Como presidente da Fundação, Nísia liderou as ações da Fiocruz
no enfrentamento da pandemia, como a criação de um novo Centro Hospitalar no
campus de Manguinhos; o aumento da capacidade nacional de produção de kits de
diagnóstico e processamento de resultados de testagens; promoção de iniciativas
junto a populações vulneráveis; criação do Observatório Covid-19 e da Rede
Fiocruz de Vigilância Genômica; e inauguração do Biobanco Covid-19
(BC19-Fiocruz)”, informa, em seu site, a Fiocruz. “No campo das vacinas contra
a Covid-19, coordenou o acordo da Fiocruz de encomenda tecnológica. Com a
conclusão da transferência de tecnologia da AstraZeneca, a Fiocruz tornou-se a
primeira instituição do Brasil a produzir uma vacina contra a Covid-19 de forma
100% nacional”.
À frente do ministério, Nísia deve ter como prioridade o
aprimoramento e valorização do Sistema Único de Saúde (SUS). Em entrevistas
prestadas logo após ter seu nome anunciado como nova ministra, ela afirmou que
também pretende dar maior atenção aos hospitais filantrópicos (que respondem a
50% das internações do SUS) e ao setor privado, além de realizar mutirões em
áreas de vazios assistenciais.
Nísia também coordena a Rede Zika Ciências Sociais, parte da
Zika Alliance Network (2018); foi membro do grupo de trabalho de Plano de Ação
Global da OMS (2018); e do grupo consultivo da OMS para a implementação da
Agenda 2030 (2019). Em dezembro de 2020, foi eleita membro titular da Academia
Brasileira de Ciências (ABC) na categoria Ciências Sociais. Em setembro de 2021,
tornou-se membro independente do Conselho da Coalizão de Inovações em
Preparação para Epidemias (Cepi).
Com informações de Fiocruz.