O mês de setembro, no Brasil, é de prevenção ao suicídio. Através da campanha Setembro Amarelo - que é realizada desde 2014 pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM) - são realizadas ações com o intuito de conscientizar sobre o assunto e evitar o problema.
No país, segundo a ABP, são registrados cerca de 14 mil casos de suicídio por ano, o que representa uma média de 38 por dia. 96,8% dos casos estão relacionados a transtornos mentais, que nos últimos anos foram agravados pela pandemia de Covid-19. Entre os jovens de 15 a 29 anos, o suicídio é a quarta principal causa de mortes, atrás apenas de acidentes de trânsito, tuberculose e violência interpessoal.
Os dados assustam e a situação é grave. Porém, o problema pode ser evitado. Em recente enttrevista ao site Medical Xpress, a professora de psicologia da Universidade de Houston e especialista em saúde mental e prevenção do suicídio, Rheeda Walke, disse que o primeiro passo para evitar que uma pessoa tire a própria vida é convidá-la para uma boa conversa, na qual se deve tentar entender o que a faz sofrer e apoiá-la em suas lutas. É fundamental que a pessoa seja totalmente acolhida, podendo se manifestar sem vergonha e livre de julgamentos. "A prevenção do suicídio só funciona se tivermos conhecimento, coragem e discernimento antes que alguém entre em crise”, afirma.
A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Cristiane Britto, falou sobre assunto à Voz do Brasil. Ela reforçou a necessidade de a sociedade abordar o tema com frequência, deixando de lado paradigmas e preconceitos. “Infelizmente, a pandemia nos trouxe um agravamento na saúde mental de todos os brasileiros e tem atingido crianças a partir de 6 anos de idade. A faixa etária dos brasileiros que são afetados por tentativas de suicídio ou suicídio é de 11 a 19 anos. O perfil masculino prevalece. E a gente tem se preocupado muito com isso. A gente precisa falar sobre suicídio e automutilação”.
Cristiane também alerta que se deve ficar atento a sinais comportamentais que podem levar ao suicídio. Entre eles, isolamento, mudanças na alimentação e no sono, automutilação, autodepreciação, interrupção de planos e abandono de estudo e emprego. Diante dos sinais, a ministra oreienta que se procure “os centros de atenção psicossocial (Caps), os Cras ou um hospital. Se houver qualquer sinal de que a pessoa tentou o suicídio, chame o Samu ou o Corpo de Bombeiros”.
Com informações de Voz do Brasil e Medical Xpress.
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